Depois de não terem cumprido os Acordos de Minsk, a seguir a servirem de títeres aos Estados Unidos (presença a descoberto da subsecretária de estado americana e do embaixador no golpe que depôs o governo legítimo e subsequente infiltração e paleio com todos os aptos ao serviço, a começar pelos neonazis -- vai a bold, que é para não ficar esquecido --, talvez poucos, mas ainda assim maus); depois de se prepararem para atacar os russos do Donbass -- esses tais que não lhes estava a apetecer continuar na Ucrânia sendo russos, o que estão plenissimamente no seu direito: chama-se autodeterminação -- depois disso tudo, da falta de vergonha do Zelensky à imbecilidade (ou cobardia) da maioria dos eurodeputados -- pérola que ficará nos anais do ordinarismo em política internacional, preparem-se para as imagens da população das cidades da Ucrânia, em especial velhos e crianças a congelar (um prato sempre apetitoso na guerra da informação).
Esta obscenidade, com o alto patrocínio da Nato e do Pentágono, leva-me a repetir uma ideia curta e precisa, que já por duas vezes ouvi ao major-general Carlos Branco, cito de cor: "Quem não quer guerra, não as provoca."
No outro dia, por acaso, passando pela sic, ouvi o Marcos Faria Ferreira, homem das RI, a propósito da idiotice (palavra minha) do Parlamento Europeu, ao considerar o estado russo como patrocinador do terrorismo, uma observação de puro bom-senso, que poderá ser subscrita por quantos estejam de boa-fé nesta guerra: ao cavar ainda mais o antagonismo entre a Europa e a Rússia, enfraquecendo os laços diplomáticos (através dos quais o diálogo se exerce) e mostrando-se incapaz de reverter a situação militar (quem achar que a Rússia irá largar o Donbass, levante o dedo), a União Europeia colocou-se a si própria num beco sem saída.
As consequências da miséria estratégica da UE, a de servir de cão dos americanos quando o calor aperta, não devem ser nada boas. Numa guerra como esta, em que dois imperialismos se defrontam, a União Europeia poderia ter aprendido um pouco com a China e com a Índia, que contêm a Rússia sem a hostilizar; pelo contrário, a União Europeia, a presidente da comissão e agora o PE, presidido por uma inepta, já disseram esfola, mesmo antes de o dono dizer mata!
As dificuldades já estão a fazer-se sentir não apenas entre nós, mas na generalidade dos povos europeus. Quando as coisas começarem a dar para o torto internamente, se tiveram vergonha na cara, não se desculparão com os russos e a sua "guerra ilegal" (outra pérola), ou com o inimigo interno ou lá o que queiram chamar-lhes. A verdade é que mesmo com censura dos canais russos e uma manipulação merdiática da opinião pública como nunca se viu, quando a classe média empobrecida começar a recorrer ao Banco da Fome, garantido um lugar no Céu à senhora que o inspira, duvido que continuem a achar graça ao tele-Zelensky diário e à sua banha da cobra. E depois logo se vê: ou cai Putin ou cai a UE; e claro o amigo americano sempre a faturar.
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