A perseguição de um secretário de estado a duas crianças e à sua família devido à questiúncula da chamada de educação cívica ultrapassou todos os limites da decência, perante a passividade do PM.
Voto no CDS, que assume o compromisso de acabar com esta miséria. Mas se há muito que me separa dos democratas-cristãos e conservadores (eutanásia, privatização da TAP -- um disparate, um partido que se diz de direita alienar um instrumento de soberania --, ou o cheque-ensino, havendo oferta de ensino público -- há também muito que me aproxima, que é o chão comum do demoliberalismo cuja extrema-direita é a IL, os nossos Chicago boys -- e a sua extrema esquerda, a esquerda do PS, onde poderia estar o Livre, se este não estivesse dominado pelo wokismo -- Rui Tavares é, aliás, um dos campeões desse vírus da inteligência.
Mas aproveito o ensejo para não dar apenas um cunho de resistência ao meu voto e afirmá-lo pela positiva, que será a eleição de José Ribeiro e Castro como deputado, um político que pensa pela sua cabeça e autor de um interessante projecto de reforma do sistema eleitoral, que contempla a eleição unipessoal de deputados sem prejudicar a proporcionalidade e a representação dos pequenos partidos na Assembleia da República.
E ainda, se bem que não seja o único (creio que o PCP e o PSD) têm também algo nesse sentido, irá reverter, assim o espero, o Aborto Ortográfico de 1990 -- pelas justas razões de se tratar de uma nódoa em todos os sentidos -- uma das mais grotescas, a substituição de recepção por receção... -- e não por qualquer chauvinismo primário simetricamente oposto aos provincianos que o fizeram aprovar há trinta e dois anos.
Eu sei que para a maioria se trata de miudezas, ou sequer lhes atravessa a mona. Pois fiquem-se lá com as mercearias, e façam bom proveito.
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