domingo, janeiro 02, 2022

diário de leitura

 «De uma maneira geral, parece que nos encaminhamos para uma clarificação de propósitos, para um "descongestionamento" de processos, para uma arte mais simples e, quiçá, mais "popular", mais profundamente enraizada no humus humano, hoje, depois da trágica prova do mais espantoso conflito da história, fertilizado pela dor e pela semente das ideias generosas e certamente melhor preparado para desabrochar em florescências menos particularistas e de sentido mais universal.» 

Fernando Lopes-Graça, nota à 2.ª ed. de Introdução à Música Moderna, 1946 

A interessante evolução do modernista-presencista Lopes-Graça para uma visão da arte empenhada, neo-realista, em divergência dos antigos companheiros da revista coimbrã, que não era de todo um bloco monolítico -- nem de resto poderia ser, sob pena de contrariar o espírito livre da presença.

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