segunda-feira, janeiro 31, 2022

"empate técnico" e outras anormalias

 E o empate técnico que nos foi vendido pelas empresas de sondagens, trandformou-se numa maioria absoluta do PS e uma derrota ridícula de Rui Rio.

Apesar das boas palavras de António Costa, os ameaçados pelas minas de extracção do lítio, cujos contratos já foram assinados, os cobertores de painéis fotovoltaicos detidos por fundos de investimento, as negociatas com a ana e o aeroporto no estuário do Tejo com aviões a passar por cima da cabeça das pessoas, e o mais que se verá -- as populações ameaçadas pela cupidez e a arrogância têm boas razões para preocupação, e com pouco mais podem contar do que consigo próprias.

Ou outros vencedores da noite: Chega! IL, Livre: vitórias que não servem para nada, a não ser apara a venda de banha da cobra de Ventura e Cotrim de Figueiredo. Tavares está em boas condições para fazer umas flores, se António Costa lhe achar graça.

O BE remetido a uma quase insignificância, que é onde devem estar estes demagogos. Não aprenderam nada, como se viu pela repetição do estúpido slogan  (estúpido, nestas circunstâncias, claro) do "não passarão". Passaram os últimos dois anos a promover o Chega, está aí o resultado.

A CDU desfaz-se -- é bom que uma fraude política como o PEV desapareça. O PCP com o destino traçado de pequeno partido. Tenho pena. Vai radicalizar a luta, mas o sua influência é cada vez menor. E a estratégia foi suicidária. Aliás, deveria ter ido para o governo logo na primeira geringonça, em vez de vir queixar-se de que o PS lhe roubou as conquistas.

O PAN, mantém Inês Sousa Real, torpedeada eficazmente pela CAP; mas um deputado é bom para um lobo com pele de cordeiro, que nos quer obrigar a comer saladas.

Esta do lobo foi de Francisco Rodrigues dos Santos, cuja qualidade e humor merecia mais. A tralha portista levou a melhor. Este país é uma anomalia política: durante cinquenta anos não teve um partido liberal; ao fim de cinquenta anos desaparece do parlamento um partido conservador. Mais que uma anomalia, uma anormalia.   

3 comentários:

sincera-mente disse...

Brilhante análise, comme d'habitude!
Em vez de 'Não passarão', deveriam os do BE gritar a André Ventura, rosto visível daquela mais que opaca organização: 'Não, passarão!'
Quanto ao falecimento do CDS: Eu, que nunca tinha votado à direita do PS, numa tentativa de ajudá-los a manter-se no Parlamento, esqueci tudo o que me rodeava e coloquei a cruzinha no velho símbolo... Não valeu de nada...
Apesar de tudo o que se tem visto, mantenho uma certa esperança de que o Costa honre o discurso de vitória de ontem à noite.
Um abraço!

Rui Luís Lima disse...

O maior derrotado destas eleições é esse denominado "quarto poder" da pré-história do jornalismo, que afinal vive alegremente noutro Planeta, na companhia dos "comentadores" e depois os fidedignos Institutos de Sondagens.
Abraço!

R. disse...

Não, passarão - ahahah!

Meu caro, em comum; outro abraço,


É isso mesmo, Rui.
Outro