Graça Freitas. Agradeceu à Natureza o ter passado incólume pelo ataque do SARS.Cov2. Por cá ainda não temos a parvoíce de agradecimentos públicos a Deus ou encomenda de orações, como sucede nos Estados Unidos, essa espécie de Arábia Saudita em potência do Ocidente.
Partidos. Cheguei à conclusão que, no actual sistema, os partidos mais necessários à ecologia dos portugueses são o PCP e o CDS. Um dia destes explico. A propósito: a entrevista de João Ferreira à RTP foi bastante boa. Zero de demagogia. Gostei.
Presidenciais. Já tive mais vontade de votar em Marcelo, na verdade o único candidato a sério. No entanto... Decido-me depois dos debates.
Tortura. Ihor Omeniuk foi torturado até à morte num cubículo sem câmaras de vigilância. Enquanto não houver um sistema de interno de captação de imagens, susceptível de ser requisitado para visionamento, excepto nos sanitários, escusam os responsáveis de virem maçar os cidadãos com conversa fiada. Quero começar a ouvir o que os partidos políticos têm a dizer sobre isto. É insuportável
4 comentários:
O PCP e o CDS, o primeiro enquanto Partido de Protesto que integrava os descontentes, o segundo enquanto o integrador da Direita Trauliteira na Democracia, prestavam de facto um serviço ao regime.
Digo prestavam porque essa Direita cansou-se de Cristas e emancipou-se com o Chega, saindo do armário e mostrando os dentes. Já o PCP parece que definha com ou sem geringonça, talvez porque uma parte do seu eleitorado que não é politizada prefere o Chega ao protesto institucionalista dos comunistas.
Por enquanto, porque provavelmente ainda não percebeu ao que vem Ventura. Diga-se o que se quiser da ideologia comunista, Jerónimo e os seus preocupam-se de facto com os pobres. Ventura quer simplesmente usá-los...
É obra ouvir um comunista (não assisti à entrevista) e não ouvir demagogia. O PCP é excelente na denúncia e péssimo na solução porque ninguém percebe bem (ou acredita) como fará o que propõe sem sacrifícios. A soberania pura e dura tem custos. Há quem tenha morrido por ela...
Sim, Marcelo é o único candidato a sério, mas não leva o meu voto. Não é da minha área política e não precisa dele. Votarei em Ana Gomes, cujo estilo a roçar o populismo não aprecio, mas quero que haja alguém mandar o facho para terceiro lugar.
E depois aprecio-lhe quer a coragem demonstrada durante a crise de Timor, quer o facto de ter sido das primeiras pessoas a não ir com a cara de Sócrates...
Enquanto o PCP tiver alguma força, será o útil para pôr algum travão na rapinante cá do sítio; o CDS ainda tem uma boa parte da Igreja, também útil para moderar os sacerdotes da 'inclusão'.
A entrevista não esgotou os temas; e lamento ter passado um pouco ao lado da questão da UE. Creio ter ouvido que pelo menos ele não defende a saída, o que é algum progresso.
O leque de candidatos é interessante, ao contrário da eleição, em que o resultado é já conhecido. O meu voto natural seria o branco, mas adio a minha decisão para depois dos debates.
Se a conversa for a do 'Marxismo Cultural' e outras saídas à Nuno Melo, poupe-me. Pode-se, claro, fazer a crítica da Esquerda Pró-Inclusão, mas não nos termos 'straw man' que são utilizados por essa Direita Trauliteira, que é tão 'woke' como a Esquerda que critica, vide a última crónica de Maria de Fátima Bonifácio no Público. A sua falta de sentido de ironia rivaliza com a da malta do Bloco... É preciso ser-se mesmo burro...
Mas se olharmos para o Governo Inglês, é mais ou menos a mesma coisa. Não sei se pela falta de qualidade intelectual dos seus membros, meros sabujos de Boris Johnson, se porque é assim que se ganham votos entre as classes populares onde o sentido de humor e a vivacidade de espírito não abundam (para isso é preciso ter-se ido a Oxbridge ;-) ). Uma das 'casualties' do Brexit parece ser a 'wit' britânica, que já viu melhores dias.
O que nos falta mesmo é a boa Democracia Cristã de antanho, mas essa destruíram-na Manuel Monteiro e Paulo Portas no interregno populista e euro-céptico do CDS. Quando Portas retornou (por puro oportunismo, arco da governação oblige) à família pró-europeia, estava convertido num mero facilitador de negócios (coisa que parece que ainda é hoje), de reputação algo sulfurosa (caso Moderna, submarinos, etc)... O CDS enquanto Partido de princípios nunca mais recuperou.
Um bom católico conservador fugiria do actual CDS (acho que Lobo Xavier disse que sairia se eles não apoiassem Marcelo).
Já quanto ao PCP, a colagem ao PS embotou-lhe a capacidade de denúncia. Ficaram estranhamente calados no caso de Omeniuk, em que se o Ministro Cabrita tivesse alguma vergonha já se teria demitido e se o não tivesse feito, Costa, não fosse a igual ausência dela, o teria demitido a ele...
Meu caro, nunca me impressionou a língua de pau da esquerda, não seria a da direita agora... De qualquer modo, prefiro o Nuno Melo ao indivíduo que se mantém como sec. da educação, o que é quase tão mau como os maus tratos do sef ou ainda pior que o abate de veados na Torre Bela.
A Bonifácia nem em pequenos golinhos, a verão direita dessa outra luminária que dá pelo nome de Pimentela. Mas confesso que me despertou a curiosidade.
Quanto ao CDS, pois não sei, não faço ideia do que é esta direcção, mas se tiverem a bênção do Clemente, para mim está bem. Eu cá sou adepto da Cecília Meireles, não porque usa o nome de uma das maiores poetas da nossa língua, mas porque tem um balanço que me agrada. Fraquezas...
Não sei se a questão do não pedido de demissão do cabrita se deve a essa colagem, que aliás é mútua, mas ao facto de o PC ser alérgico à desformatação. Pedir a demissão de um ministro quase obrigaria à convocatória dum congresso extraordinário.
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