sábado, dezembro 12, 2020

a TAP à mercê de merceeiros e abutres

 Os abutres já sabemos quem são: os que na praça pública vêm relativizar a importância da TAP em termos económicos (porque têm outros a quem servir), discussão que não me interessa nada, ou pouquíssimo. Interessa-me, neste capítulos das mercearias, que a gestão seja boa, o que é pedir muito, pois já sabemos dos hábitos de rapina dos tais abutres. Portanto, para as questões de intendência sobre a TAP direi, tão somente, bardamerda.

(Intermezzo: é preciso não esquecer Passos Coelho, que privatizou a TAP à 25.ª hora, sabendo como sabia que o PS iria para o governo e era agora contra a privatização.)

O que não tenho ouvido, e o defeito será meu é da necessidade geopolítica de um país da ultraperiferia europeia -- mas também da centralidade no Atlântico --, com uma diáspora assinalável e relações privilegiadas com as antigas colónias de dispor de uma companhia aérea de dimensão adequada. Coisa que não passa pela cabeça dos merceeiros, a soldo ou não, que peroram

4 comentários:

Manuel Nunes disse...

Entrevista na SIC Notícias: quiseram dar baile ao ministro, mas ficaram a dançar sozinhos. Pergunta daquela figura do jornalismo economês que tem nome de poeta: "Como é que um homem de esquerda que criticou Passos Coelho faz este plano de reestruturação e despedimentos para TAP?", mais ou menos assim. Perfeitamente ao nível das questões levantadas nas redes sociais pelo "odioso vulgo"!

R. disse...

Pois não vi, caro...
E essas redes, imagino o lixo.
Abraço

Jaime Santos disse...

Não sei bem se deveremos manter a TAP. A Susana Peralta, insuspeita de simpatias neo-liberais acha que mais valia deixar falir aquilo... Os argumentos dela têm algum peso (escreveu no Público sobre isso aqui atrasado).

Tenho sérias dúvidas sobre a capacidade dp Estado de gerir empresas desta natureza, aliás a gestão pública deu quase sempre prejuízo. E também não me convence a ideia de que sem a TAP a diáspora está perdida... Já o argumento da contribuição da TAP para a Economia Nacional (as externalidades positivas) tem mais peso, mas gostava de ver números atualizados, não os anteriores à pandemia...

Mas cabe lembrar que se a privatização não tivesse sido 'revertida', tendo ficando o Estado em posição maioritária mas sem capacidade de intervir diretamente na gestão, estaríamos agora provavelmente a negociar com o senhor Neeleman uma posição à Lufthansa, ou seja participação minoritária sem direitos de voto em troca de injeção de capital pelo Estado, ou então a ter que deixar falir a companhia. Para Novos Bancos, basta bem o dito...

E é disso que o comentariado dos abutres, como lhe chama, não se lembra (ou melhor se esquece voluntariamente).

R. disse...

Eu ouvi a Peralta na televisão, não sei em que canal. O ptoblema é que os argumentos dela são de natureza puramente económica; se a TAP fosse a Barraqueiro, a questão nem se punha.
R há aquilo que você diz, a contribuição para a economia sem afalr na questão do 'hub'. Tudo assuntos que não domino, embora saiba muito bem que pata além dos interesses há sempre ideologia de ambos os lados.
Nós somos um país europeu de média dimensão que pretende ter alguma relevância, que passa também por dispor de alguma autonomia, que não deve ser negligenciada para o casa de a UE descambar, o que obviamente não desejo.
Com a nossa geografia, a nossa história e, porque não?, os nossos interesses, não nos podemos remeter à posição de uma Albânia, para não dizer San Marino.