«Essa história de amor -- por curiosa coincidência, como diria D. Arminda -- começou no mesmo dia claro, de sol primaveril, em que o fazendeiro Jesuíno Mendonça matou, a tiros de revólver, D. Sinhàzinha Guedes Mendonça, sua esposa, expoente da sociedade local, morena mais para gorda, muito dada às festas da Igreja, e o Dr. Osmundo Pimentel, cirurgião dentista chegado a Ilhéus há poucos meses, moço elegante, tirado a poeta. Pois naquela manhã, antes de a tragédia abalar a cidade, finalmente a velha Filomena cumpria a sua antiga ameaça, abandonara a cozinha do árabe Nacib e partira, pelo trem das oito, para Água Preta, onde prosperava seu filho.»
Jorge Amado (1912-2001), Gabriela, Cravo e Canela (1958)
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