Cacau, de Jorge Amado (1912-2001) não é certamente um dos melhores dos seus livros (para mim, Mar Morto, Gabriela, Cravo e Canela e Tenda dos Milagres, entre outros).
Por que o ponho então na minha estante definitiva? Porque, tratando-se da segunda narrativa do jovem autor (vinte e um anos), depois da surpresa inicial de O País do Carnaval (1931), que é outra coisa, o romancista viril de putas e vagabundos, como o próprio se caracterizava, está todo aqui em potência.
Claro que as chamadas putas e os alegados vagabundos são os descamisados, os outlaws, os negros, descendentes e ex-escravos, e o gosto indeclinável pela beleza feminina, coisas que incomodam os nefelibatas.
Em nota prévia, o alerta semelhante que já Ferreira de Castro (que ele lera) fizera em Emigrantes (1928) e Alves Redol faria em Gaibéus (1939): «Tentei contar neste livro, com um máximo de honestidade, a vida dos trabalhadores das fazendas de cacau do sul da Bahia. / Será um romance proletário?»
da posse: Janeiro de 2003.
Jorge Amado, Cacau [1933], Lisboa, Planeta DeAgostini, s.d.
ilustrações: Santa Rosa
Jorge Amado, Cacau [1933], Lisboa, Planeta DeAgostini, s.d.
ilustrações: Santa Rosa
2 comentários:
Registei a sugestão e vou tentar ler.
"Mar Morto" foi o primeiro livro que li de Jorge Amado, mas o que me surpreendeu mais foi "Os Subterrâneos da Liberdade" (obra em três volumes) raramente referida.
Um abraço e uma boa semana!
Tem a grande qualidade do sangue novo, entre outras.
outro para si
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