«Sério sem ser austero, inteligente e ponderado, com instrução mais suculenta do que a água chilra oficial, era Pe. Porfírio muito cioso da sua dignidade e incapaz, por temperamento e educação, de ceder a um mau passo. Atraente e insinuante, de gentileza varonil que tanto podia provir da harmonia das proporções como da correcção de maneiras. Pe. Porfírio sentira-se mais duma vez soçobrar em românticas crises de amor solapado, com tentações de estrangular os votos nas tiras da batina e morder àvidamente o fruto proibido. Mas passada a febre, o sangue arrefecia e o bom senso triunfava.»
Manuel Ribeiro, A Catedral (1920)
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