A Declaração de José Sócrates, ditada ontem pelo telefone da cadeia de Évora, é um texto de combate que a historiografia registará, quando se debruçar sobre estes tempos confusos. E, para mais, bem redigido, ao contrário do que sai das mãos da maioria do pessoal político, que não sabe escrever.
É um texto de combate, pelos períodos curtos e incisivos. Cada parágrafo é uma reacção dura ou um apelo claro; depois, a altivez com que o faz e a segurança que aparenta é muito distinta daquela conversa aldrabona da "consciência tranquila". O estilo é o homem.
Consoante o que vier a ser apurado, em caso de acusação (que parece inevitável), este depoimento só poderá ser analisado sob duas perspectivas, quanto ao seu autor: ou foi escrito por um mitómano, provando-se as enormidades de que está acusado; ou por um inocente.
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