quarta-feira, julho 03, 2024

caracteres móveis 4 - PAIXÃO DE MARIA DO CÉU

«D. António Sepúlveda de Vasconcelos e Meneses, senhor do morgadio do Corgo, festejava nesse dia soalheiro de Outubro, em 1807, os vinte anos viçosos da linda Maria do Céu. / A festa era de uso na casa desde os primeiros passos da fidalga, quando aos dez meses, apoiada ao bastão de pau-rosa do marechal duque de Lafões, erguera sobre os pezinhos cor de cravo o seu corpinho de quatro palmos.» Carlos Malheiro DiasPaixão de Maria do Céu (1902)

1 comentário:

Manuel M Pinto disse...

«Se definir ao presente o que seja um poeta é problema bicudo, pelo menos no que a função tem de idealista e vinca o indivíduo dentro da dinâmica social, muito mais o é quanto a uma época sobre que se adensou a escuridão da distância. Pode ter-se o poeta como uma potência do espírito, providencial e mundificadora, espécie de 'medium' do que há de recôndito ou de belo na vida transitória, ou não passa dum tropo, uma arbitrária e exsudada cegarrega de cigarra?!»
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões-Fabuloso*Verdadeiro. "Introdução". Ensaio (1950)