sexta-feira, janeiro 19, 2024

vermelho e negro

«Ânsia sublime de liberdade, que despedaça o ferro, que afronta as balas, que ludibria a própria morte!» Ferreira de Castro, «Evadidos!», A Batalha (1924)* / «Era tão bom que todos nos habituássemos a ser mais indulgentes para os simples erros ou lapsos alheios e olhássemos para a obra, apreciando-a no seu conjunto, avaliando a sua utilidade, e guardássemos os rigores para o que nós próprios fazemos!» Emílio Costa, «Os críticos implacáveis», Filosofia Caseira (1947) / «Qualquer contacto de sexos, que noutra hora seria ternura, no Carnaval há-de ser violência e sangue e estupro.» Jaime Brasil, «Carta do Povo sobre a loucura do Carnaval», A Batalha (1924)**


*Ecos da Semana -- A Arte, o Artista e a Sociedade (edição de Luís Garcia e Silva)  ** Voz que Clama no Deserto (edição de Elisa Areias e Luís Garcia e Silva, 2007)

2 comentários:

Manuel M Pinto disse...

«Ao examinar-lhe as feridas do colo, longe da ardilosa curiosidade que o perseguia, depararam-se-lhe, como uma peanha à medalha em que figurava D. Beltrão de rabona, calção e cabeleira de canudos, dois seios formosíssimos de donzela, como seriam pombos brancos e gémeos, comprimidos, comprimidos, mesmo agachadinhos de medo numa condessinha. E reconhecendo que tinha diante de si D. Floripes de Montalvo, sentiu a alma presa de grande comoção e enternecimento.»
Aquilino Ribeiro, "Jardim das Tormentas" - conto: "Os Senhores de Montalvo" (1913)

R. disse...

Era danado, o Aquilino...