sábado, agosto 13, 2022

o atentado a Salman Rushdie

 só mostra o que todos sabíamos: uma vez lançado o anátema, a sanção que o acompanha só se esvai com a morte, o que significa que, se escapar desta, a sua vida continuará a correr perigo. 

Religiões à solta só conhecem a linguagem da força, triste facto. Infelizmente, isto já não vai lá invertendo as políticas de direita, como dizem alguns. Mas como deter largos milhares de fanatizados e as suas armas brancas ou veículos tornados máquinas de morte? 

Como já não estamos no tempo do Pombal, que mandava executar quem lhe fizesse frente e ameaçava o papa; nem no do Joaquim António de Aguiar, o liberal "Mata Frades"; nem se admite agora o achincalho da República, ou o que o Zé Estaline fez na União Soviética, transformando igrejas em garagens (um homem prático) ou, ainda, o controlo férreo das confissões como se processa na China -- como lidar com estes selvagens? Dialogar sobre quê, se há com eles uma raiva e um sentimento de humilhação que se lhes cola à pele e ao nome, e que sublimam com estes actos irracionais, consequência de um profundo mal estar existencial?  Ainda por cima camuflados no seio de uma comunidade ela própria dividida em face destas acções? Como se lida com isto? Rebentar com Israel? Não me parece exequível, nem desejável. Mostrar (ao menos) equidistância na questão palestiniana? E o resto?... Nós por cá ainda vamos indo; franceses, belgas, alemães, etc. estão metidos num molho de bróculos. 

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