segunda-feira, agosto 01, 2022

alucinações televisivas: a tudóloga, o sonso e a cabeça do major-general (ucranianas CXVI)

1. Inês Pedrosa, escritora e tudóloga, afirmou que a Nato já deveria ter intervindo na Ucrânia, nem se lembrando ou querendo saber que a aliança é alegadamente defensiva, e que por isso nunca haveria uma base jurídica -- que aqui entre nós não é para as grande potências: os russos não quiseram saber do Direito Internacional, quando se sentiram ameaçados na Ucrânia, nem os Estados Unidos, quando pretenderam pilhar o Iraque. Mas o descabelo é tal que passa por cima de uma mais que evidente III Guerra Mundial, como observou Raquel Varela, e bem, sendo que, para Pedrosa já lá estamos. Não percebe nada. Se estivéssemos já em III Guerra Mundial, ela não estaria ali sentada no estúdio a dizer asneiras.

2. Com a RTP, Vítor Gonçalves agraciou-nos com uma entrevista à conhecida jornalista Anne Applebaum, apresentada também como "historiadora". Nem para jornalista serve, quanto mais historiadora. O pretexto era o Holodomor, mas o propósito era fazer a identificação de Putin com Stálin, debitando toda a propaganda pentagonal. Ouvi dizer que a RTP anda à rasca de dinheiro, e vais gastar tempo e a minha paciência com merdas destas? Foda-se. Parecia a Cândida Pinto quando foi enviada da estação no início da guerra: estar lá ou estar em Lisboa seria a mesma coisa, pois também ela debitava vastamente a propaganda preparada pelo Pentágono para os seus bonecos. Ser jornalista não é isto, nem nada que se pareça. E um pormenor: Gonçalves, na introdução, referiu-se a Stálin como sendo russo, e não georgiano. Uma leitura benévola, alivitraria que o homem se enganou e terá querido dizer "soviético", mas eu não acredito, a minha benevolência já se esgotou há muito.

3. Cereja no topo do bolo: o major-general Arnaut Moreira, que sempre fez suas as palavras da propaganda, afirmou -- na sua "humilde opinião": se a Rússia não for travada na Ucrânia, "atenção ao Báltico!" Ora o major-general sabe que um ataque a um país da Nato será um ataque a todos, satisfazendo-se assim a vontade da tudóloga Inês Pedrosa. Mas ao contrário desta, o major-general até pesca disto, por isso assalta-me a pergunta: onde estava a cabeça do major-general? 

Sem comentários: