continuar: «Todos os dias era certa a condessinha à missa das 12 na Sé.» início do capítulo VIII, pp. 151-157 da minha edição).
Como se perdidos nos debates políticos do capítulo, a Igreja em face da República, somos relembrados da devoção de Maria Helena e das deslocações diárias à Sé, umas vezes acompanhada da criada, outras, só. E cada dia mais aprecia o trabalho de restauro de Luciano, que este lhe transmitia com ardor: «Toda a Idade Média romântica começava a surgir do fundo dos tempos.», verificava, encantada. E no recolhimento em oração fervorosa na capela de família fixara-se no rosto dum Cristo jovem e pelos vistos atraente, vindo das oficinas de São Sulpício, em Paris: «Como ela amava a linda imagem! [...] Ah! ser uma eleita de Jesus, como as santas doutrora, e receber as complacências do seu amor! E dava-se-lhe toda num arroubamento , punha-lhe a alma no regaço, presa no íman do seu olhar. Via-se ao lado dele pelas amplas avenidas das naves bordadas de odoríferas árvores, errar, divagar numa estrada macia de sonho. Viver ali na sua catedral, cheia dele, impregnada da sua doçura, não era a felicidade suprema?» A este Jesus, que tanto diferia do agonizante na cruz que fora habituada a ver, era de prever que tanta exaltação iria transmutar a pedra em carne; e quando fixa o rosto, já não era o do deus filho, mas o daquele que não teve força para encarar sem perder os sentidos.
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