A Comissão Europeia foi tomada por criaturas sem estofo e com mentalidade de gestores de fundos de pensões, técnicos de recursos humanos, funcionários de agências de comunicação, public relations, vendedores de automóveis; pequenos mercenários em deslumbre com o próprio desenrascanço, inconscientes da mediocridade dos paizinhos que os pariram ou da bruteza terrunha dos avoengos. Por cá, no governo anterior, havia disso aos molhos.
Haver, por outro lado, presos políticos e exilados catalães na União Europeia, não interessa nada; estar o Assange há cinco anos confinado numa embaixada em Londres, o que é isso?*; o que é mesmo chato é a protecção excessiva dos trabalhadores, como ontem sabiamente alertou a Comissão.
Entretanto, num encontro presidido pelo tipo dos CTT, que tem feito um lindo serviço, a COTEC -- nome de cooperativa de industriais de aviários --, o Presidente da República diz que precisamos de sistemas políticos 4.0 . Não sei é como será o tal sistema 4.0 compatível com a doutrina pregada pelo bom Papa Francisco, que Marcelo Rebelo de Sousa tanto aprecia, e já agora eu também. O que sei é que os gestores de fundos com veleidades políticas, aqui e na Europa, não desarmam.
Também nós por cá não podemos baixar a guarda. A Geringonça serviu para isso, convém que os que lhe deram forma não se esqueçam, porque a selvajaria está à espreita.
Em tempo: O PR também falou em políticas sociais 4.0, seja lá o que isso for, embora de certeza não seja (ou não deva ser) a multiplicação dos bancos alimentares contra a fome.
Em tempo: O PR também falou em políticas sociais 4.0, seja lá o que isso for, embora de certeza não seja (ou não deva ser) a multiplicação dos bancos alimentares contra a fome.
(*bravo, Snowden; e bravo Snowden)
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