quinta-feira, abril 14, 2016

A propósito da entrevista de Paulo Ralha ao i

Eu não estou para andar a receber cartas das Finanças que são uma espécie de ameaça velada disfarçada de informação ao contribuinte, a dizer que agora já se podem cruzar os nossos dados, quando leio nesta entrevista de Paulo Ralha a Sónia Peres Pinto, no i  de ontem, que os funcionários dos impostos são incomodados quando pretendem fazer o seu trabalho, tentando perceber por que razão este empresário que declara prejuízos anda de Bentley, ou aquele ex-político detém um património imobiliário incompatível com os rendimentos que auferiu.
Já basta de andarem a gozar com o pagode; e depois das declarações corajosas de Ralha, que não deixa pedra sobre pedra, é impossível que não sejam tomadas medidas para conter a bandalheira em que se tornou a sociedade portuguesa. Fadiga fiscal é um termo piedoso para caracterizar o esbulho a que estão sujeitos os cidadãos deste país; e o Estado português pouco mais tem sido do que um Xerife de Nottingham: tira aos trabalhadores (salários, pensões, aumento de horas de trabalho não remuneradas, cortes de feriados, e um enorme etc.) para enfardar num punhado de proxenetas. 
Ora, tratando-se de proxenetismo -- ou chulos, em bom português --, têm todos as suas prostitutas, muito bem oleadas. E quem são estas putéfias? Sociedades de advogados, com seus homens de mão colocados na política, e a arraia miúda que se vende por alguns tostões: altos funcionários, jornalistas da área económica & fauna costumeira.
Certamente Ministério Público, Polícia Judiciária, Autoridade Tributária, com a escassez de meios que têm, estão a fazer o que lhes compete -- os jornalistas que não se vendem, estão-no certamente. Mas não chega: é altura da Geringonça funcionar nesta matéria -- em especial o Bloco, o PCP, e a parte sã do PS -- e tratar de acabar com iniquidades como a configuração do sigilo fiscal e patifarias semelhantes. 

3 comentários:

Jaime Santos disse...

De escacha-pessegueiro! Apoiado!

sincera-mente disse...

Bem observado (comme d'habitude)!
A minha chapelada!

Ricardo António Alves disse...

É dum tipo ficar escandalizado. Como diz o Louçã, andamos a fazer figura de parvos,