«Todos os passageiros do bonde Calafate me sorriam. Certamente sorriam, desejando-me um largo "saúde e fraternidade". Como se mostravam ansiosos, rápidos, denunciando pressa de chegar a casa, carregados de embrulhos, onde adivinhei variada matéria-prima para as comemorações domésticas do Natal! A humanidade se transfigura de súbito, neste dia extraordinário. Que elemento se introduzirá na essência das coisas para que tudo venha, assim, apresentar uma face nova e desconhecida, e para que todos os seres ganhem uma expressão especial, quase graciosa, de agitada felicidade?»
Cyro dos Anjos, O Amanuense Belmiro (1937)
2 comentários:
Não conheço o livro nem o autor - gostei de como escreve.
É um autor ligado ao modernismo brasileiro. Não tem uma obra muito extensa. Este foi publicado pela Cotovia.
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