quarta-feira, dezembro 31, 2014
terça-feira, dezembro 30, 2014
segunda-feira, dezembro 29, 2014
um silêncio de mundo parado
«E marchou para o meio dos cangaceiros, rompendo por entre os romeiros que caíam a seus pés, com a cabeça erguida e as barbas açoitadas pelo vento. Aparício, quando o viu perto, ajoelhou-se. O rifle caiu-lhe das mãos, enquanto o Santo lhe punha sobre a cabeça os dedos magros. Podia escutar-se os rumores dos bichos da terra, naquele silêncio de mundo parado. E soturno, com a voz que saía de uma furna, o Santo ergueu para o Céu o seu canto. E as ladainhas irromperam de todos os recantos do arraial. Muitos cangaceiros começaram a chorar.»
José Lins do Rego, Cangaceiros (1953)
escuro
Um romance sobre a vivência trágica da vida, escuro, por vezes obscuro.
Trata-se do primeiro romance de Peixoto (de 2000), e podemos detectar algumas influências, umas reais, outras talvez sugestão minha. Quanto às reais, é inegável que o estilo de José Saramago aqui se faz muito sentir; subjectivamente, ouvi os ecos de algum José Régio, das narrativas alentejanas, e Manuel da Fonseca, alguns contos seus.
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domingo, dezembro 28, 2014
sábado, dezembro 27, 2014
lapidar
«A natureza chega tão complexa às feições de cada um que somos forçados a não poder aceitar cada qual resumido ao lugar em que a sociedade o põe.»
Almada Negreiros, Nome de Guerra (1938)
sexta-feira, dezembro 26, 2014
quinta-feira, dezembro 25, 2014
quarta-feira, dezembro 24, 2014
Natal na blogosfera (um blogger passeia-se)
Feliz Natal!
1. Notícias económicas do Natal
2. Mills Brothers Christmas
3. Um dia antes da meia-noite
4. Feliz Natal
5. Solstício de inverno
6. Um Natal com Little Nemo
7. Festas Felizes
8. Blogário do Advento
9. Feliz Natal!
10. Natal
11. Natal
12. "Não digo do Natal", Pedro Tamen
13. Natal sem Natal ou sem o Menino Jesus
14. The Cold, The Frozen And The Iced
15. Bolachas de aveia para o Natal
16. Christmas Nears
17. Uma prenda de Natal para o AO90
18. Boas Festas!
19. Do Natal e da boa vontade entre os homens
21. As renas teimosas (conto de infantil)
22. Saint Nicholas and the "Nicolinas"
23. Espírito & Revolução
24. De repente, neste Natal
25. O Presépio nas capas de Natal
26. Natal
27. Um Natal inesquecível
28. Boas Festas!
29. Natal com banho frio
adenda (24-XII-2014)
30. Paganização do Natal
31. Cavacos dos Natais passados
32. A la venue de Noël: Messe sur des Noëls
33. 124. deixem que a noite venha como uma promessa
34. No presépio... José Pinto Carneiro e Álvaro (Insónia)
35. Christmas card
terça-feira, dezembro 23, 2014
segunda-feira, dezembro 22, 2014
na tempestade
«No momento seguinte, mares convulsos voltavam a erguer e a largar aquela segunda arca bíblica. Abriam-se medonhas crateras e o mar fendia-se para receber a quilha: uma indescritível chapada na água ensurdecia a noite de pedra -- e nunca Deus estivera tão distante como nos dias dessa solidão infinita.»
João de Melo, Gente Feliz com Lágrimas (1988)
domingo, dezembro 21, 2014
música celestial
«Diante dele está a caixa registadora National e no vidrinho dos registos os números 4, 5 e 0. Quatro escudos, cinquenta centavos. Um sabonete. Elói acaba de comprar um sabonete. Detrás da caixa surge uma mão fina. Elói espreita. Está ali uma mulher que o faria feliz. Porque continua só no mundo? E enquanto as notas lhe passam para a mão, mergulha os olhos abstractos nos olhos da mulher. Manuela sorri. Uma moeda cai. É um momento. Tornou a apanhá-la. No dia seguinte volta. Volta muitos dias. Agora já ela o conhece. "O Sr. Elói deseja?..., o Sr. Elói precisa?..., como queira, Sr. Elói..." Não pode passar sem aquilo. É uma música celestial. Volta sempre, todos os dias.»
João Gaspar Simões, Elói ou Romance numa Cabeça (1932)
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sábado, dezembro 20, 2014
JornaL
Requisição civil. Pode um Governo contornar a Lei?
«Tudo isto é fado». A BD de Nuno Saraiva que está a sair no Sol / tabu. Do melhor.
«Tudo isto é fado». A BD de Nuno Saraiva que está a sair no Sol / tabu. Do melhor.
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sexta-feira, dezembro 19, 2014
quinta-feira, dezembro 18, 2014
JornaL
Obama. No segundo mandato, fez o que devia e o que podia em relação a Cuba, ao arrepio da diplomacia bronca dominante dos Estados Unidos (Fidel Castro foi por ela empurrado para o colo da então URSS). A abertura à ilha será muito mais eficaz na mudança do regime do que o isolamento imposto até agora.
«Guerra do petróleo». Esplêndido artigo de Jorge Almeida Fernandes no Público, explica a estratégia saudita da baixa de preços do crude (concorrência de petróleo de xisto norte-americano, de extracção mais cara, e estrangulamento da economia do Irão, arqui-rival na região), bem como os efeitos imprevisíveis desta queda de preços na política russa, assunto muito sério.
Vítor Crespo. Mais um dos grandes e dos bons miltares de Abril que nos deixa.
Submarinos. Na Alemanha, condenou-se quem corrompeu em Portugal e na Grécia; na Grécia, prende-se ex-governante; por cá, arquiva-se o processo. Não será, por isso, constituído arguido Jacinto Leite Capelo Rego, militante ou simpatizante (em todo o caso, contribuidor líquido) do CDS.
Pena de morte. Primeira medida do governo paquistanês contra os talibãs suicidas.
Frase do dia. "Por muito conservador que se seja, nunca se está preparado para os ultrajes do capitalismo." (Miguel Esteves Cardoso, Público).
à toa nas ruas desertas
«Percorri à toa as ruas desertas, envoltas num luar baço, tentando achar tranquilidade no pó e no calor de Janeiro.»
Graciliano Ramos, Caetés (1933)
quarta-feira, dezembro 17, 2014
JornaL
Linces. Gosto dos novos sinais de trânsito :)
Lata. A propósito do Syriza, leio no Diário de Notícias que Juncker "Não gostaria de ver forças extremistas chegar ao poder. Preferia ver caras conhecidas." Anda este estúpido com a extrema-direita antieuropeia e xenófoba a bater-lhe à porta, e autoriza-se dar opiniões sobre uma força política que até tem defendido a presença da Grécia na moeda única! Ainda por cima, vindo de um sujeito que perdeu a credibilidade para governar sequer a junta de freguesia lá do bairro dele...
Jacob e o Anjo. Gostava de estar em Vila do Conde no sábado, para assistir à leitura encenada da peça do José Régio.
Pop Galo. Grande ideia, esplêndida ideia de Joana Vasconcelos para as comemorações dos 450 anos do Rio de Janeiro: um Galo de Barcelos de 7 metros, iluminado à noite.O kitsch nem sempre é de deitar fora.
O Messi de Vizela. Rafinha, o Messi de Vizela.
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negro de tutano
«Conforme acontecia todos os anos, o barracão fora entregue a Zé de Peixoto -- negro de tutano que os garimpeiros respeitavam.»
Herberto Sales, Cascalho (1944)
terça-feira, dezembro 16, 2014
JornaL
No I
* No Porto, um taxista javardo agrediu a soco uma cliente que se despediu de uma amiga com um beijo na boca. É natural que o javardo seja despedido, é provável que vá a tribunal e seja condenado a uma pena menor qualquer. Sugiro trabalho comunitário numa organização lgbt.
* Na Bélgica, uma greve-geral a sério contra a austeridade: não houve jornais, televisões em serviços mínimos, grandes superfícies encerradas.
* Leio a mini-entrevista de Mário Tomé, a propósito dos 40 anos da UDP. Nada a dizer.
* Pelo contrário, uma grande e sensacional entrevista de Édouard Louis, jovem escritor e gay, oriundo das classes desfavorecidas francesas, em que medra o racismo, a xenofobia, a intolerância, sagazmente aproveitadas pela Frente Nacional. Louis, que publicou um romance-choque, Para Acabar com Eddy Bellegueule, em que vê de fora e à distância da sua formação universitária o lumpen nacional de que é oriundo, e questiona a forma como a política institucional e a imprensa mainstream tratam esse segmento popular da sociedade, amedrontada não apenas com o outro mas também com o que lhe vai sendo retirado e que antes era tido como certo. Amedrontada e desorientada: as coordenadas das classes mais pobres e desinformadas devem ser semelhantes cá e em França: entretenimento boçal, pestilência mediática.
* Depois de Assange e Snowden, outro tipo excepcional: Antoine Deltour, 28 anos, o homem que primeiro revelou o miserável esquema fiscal dos LuxLeaks. Já tem a Justiça luxemburguesa na peugada.
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o silenciamento de José Sócrates
A recusa de autorização da entrevista pedida a José Sócrates pelo Expresso, por parte da D-G dos Serviços Prisionais, na sequência do parecer do juiz de instrução e do magistrado do MP, é gravíssima. Uma medida destas só seria aceitável tratando-se de um operacional terrorista ou um chefe de gangue mafioso. É gravíssima, porque em Portugal há liberdade de expressão, e é preciso ser-se muito estúpido para considerar que a supressão dessa liberdade pode ter a justificação, canhestramente burocrática, de eventual perturbação do processo.
Mas a proibição, que deverá ser ilegal à luz da Constituição da República, é ainda triplamente estúpida:
Primeiro, porque fortalece a posição de Sócrates. Que receiam os agentes da Justiça? Certamente terão provas fortes dos indícios de corrupção, já que se atreveram, antes de julgamento, mandar um ex-PM para a cadeia. Logo, qual é o receio?
Em segundo lugar, achar que podem calar Sócrates quando ele quiser falar, é pueril.
Finalmente, porque lança a suspeição de que, como de costume, andam a apanhar bonés, o que os desprestigia ainda mais, e torna tudo ainda muito mais grave, até porque dá contornos políticos ao caso, justamente como disse Sócrates na primeira declaração escrita da cadeia.
Há duas coisas de que não me esqueço: a decapitação da então liderança do PS no caso Casa Pia, uma conspiração muito bem montada, em que magistrados & c.ª foram os idiotas úteis de serviço; e o alarme pateta e patético do atentado ao estado de direito, salvo erro aduzido por um procurador que é irmão da actual PGR, processo no qual a Justiça ficou na lama, com os episódios das escutas.
Ora bem, eu não voto em juízes nem em procuradores e não estou para aturar-lhes os palpites e os estados de alma. Mas votei uma vez em José Sócrates, e quero o meu voto respeitado. Por Sócrates e pelo pessoal da Justiça. Fizeram escutas, investigaram. Têm provas? Julguem e condenem, se for caso disso; mas não cedam à tentação de exorbitar.
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segunda-feira, dezembro 15, 2014
encantamentos escuros, castelos roqueiros, cavaleiros namorados, gigantes soberbos, escudeiros discretos e donzelas vagabundas
«[...] não tendes razão contra Píndaro, que, cada vez que o ouço, me parece um livro de cavalarias. Se ele tivera encantamentos escuros, castelos roqueiros, cavaleiros namorados, gigantes soberbos, escudeiros discretos e donzelas vagabundas, como tem palavras sonoras, razões concertadas, trocados galantes e períodos que levam todo o fôlego, pudera pôr a um canto o Amadis, Palmeirim, Clarimundo e ainda o mais pintado de todos os que nesta matéria escreveram; e já estivem em o persuadir que se metesse em uma empresa semelhante, porém receio que se me ensoberbeça com a altiveza de seu estilo e despreze aos amigos.»
Francisco Rodrigues Lobo, Corte na Aldeia (1619)
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JornaL
Hoje passei pelo Público:
* Juntos Podemos quer transformar-se em partido político. Patético.
* Entrevista de João Semedo: não aprendeu nada.
* Juntos Podemos quer transformar-se em partido político. Patético.
* Entrevista de João Semedo: não aprendeu nada.
* Obama cede aos republicanos e revoga proibição de (algumas) práticas manhosas e particularmente danosas dos mercados financeiros. Fê-lo, talvez, para preservar a sua reforma da saúde. O descalabro segue dentro de momentos.
* Dez mil pessoas numa manif anti-islâmica em Dresden. E isto é só o princípio. Bem pode o editorialista proclamar o choque e a estupefacção pelo crescente número de cidadãos que isto concita. Não vale a pena chamar-lhes nazis. Já tenho escrito que é uma questão de tempo até as coisas ficarem incontroláveis. Responsabilidades: os oportunistas políticos do costume, que querem caçar votos no eleitorado islâmico sujeitando-se a caprichos anti-cívicos e idiotas; os próprios líderes moderados dessas comunidades, que não quiseram ou souberam extirpar o cancro do fundamentalismo do seu seio. E, indirectamente, editoriais pios como os do Público, que não percebe -- ou faz que não percebe -- as causas deste descalabro.
* A reavaliação de Duchamp como homicida da pintura, a propósito da exposição patente no Centro Pompidou, que serve obras das décadas de 1910 a 1960. Não é isto a Arte, reavaliação sobre reavaliação?
* João Carlos Espada amalgama o Cunhal antiliberal e totalitário da entrevista a Oriana Falacci, nos idos de '75, ao Siryza e ao Podemos. Sabe muito, o Espada?
* Grande texto de Madalena Homem Cardoso: «CPLP: à mesa dos canibais». Crónica duma decepção profunda. O âmago é Xanana, em tempos herói.
domingo, dezembro 14, 2014
económicas em 1949
«Era para aquilo que se tirava um curso quase tão comprido como o de Medicina! O máximo horizonte desses doutores em "partidas-dobradas" era afinal o postigo envidraçado de um reles banco da Baixa!»
Francisco Costa, Cárcere Invisível (1949)
sábado, dezembro 13, 2014
, de Vinhós e até de Fornelos,
«Uma vez estabelecido, vira logo aumentar a sua clientela de mês para mês. Lá de muito longe, de Vinhós e até de Fornelos, paróquias servidas pelas vilas próximas, vinham novos fregueses, atraídos pela fama do seu corte, não de barateza, que este era engodo que o solerte alfaiate não costumava oferecer a ninguém.»
Guedes de Amorim, Aldeia das Águias (1939)
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Guedes de Amorim
do esvaziar
«O beijo de despedida, que pertencera ao ritual familiar, perdera continuidade nos últimos tempos (como muitas outras coisas), sem que, aliás, tivesse havido um motivo para que o hábito se alterasse. Um esquecimento hoje, uma emenda tardia amanhã -- os hábitos criam-se e perdem-se as mais das vezes sem se saber porquê. Ou então esvaziam-se. E será beijo o enjoado resvalar da boca por uma face?»
Fernando Namora, O Rio Triste (1982)
sexta-feira, dezembro 12, 2014
já agora, uma coisa lixada sobre tortura
A tortura enodoa sempre o Poder que a ela recorre, e envilece, sem excepções, quem a pratica. Até nos casos em que a Humanidade tem de ser colocada entre [] parênteses, por não haver outra possibilidade que não seja o recurso a ela.
quinta-feira, dezembro 11, 2014
a hora dos jornais
«Todas as noites, ao entrar no escritório, Soriano fazia os mesmos gestos. Começava por acender um charuto, a sua velha volúpia, o seu vício desde os tempos de penúria e que tantas ironias merecera aos adversários. Em seguida, sentava-se no novo "maple", sob um verde quebra-luz. Logo estendia a mão para a mesita onde a criada, conhecendo os seus costumes, deixava os jornais da noite. Ele amava essa hora.»
Ferreira de Castro, A Curva da Estrada (1950)
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Ferreira de Castro
cabeças de alfinete
Nós nunca conhecemos as pessoas, só as máscaras. A aversão galinácea por Sócrates é gémea da admiração bovina. São formas mesquinhas de olhar para a política, é uma tabloidização mental.
pobres mercadores, que lhes ficaram com os açúcares e a escravaria
«Era este navio uma fermosa nau de um mercador de Vila de Conde, que se chamava Silvestre Godinho, que outros mercadores de Lisboa traziam fretada de S. Tomé, com muitos açúcares e escravaria, a qual os pobres roubados, que lamentavam sua desaventura, punham em valia de quarenta mil cruzados. Tanto que estes cossairos se viram com presa tão rica, mudando o propósito que antes traziam, se fizeram na volta de França e levaram consigo alguns dos nossos para serviço da mareação da nau que tinham tomada.»
Fernão Mendes Pinto, Peregrinação (póstumo, 1614)
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quarta-feira, dezembro 10, 2014
terça-feira, dezembro 09, 2014
domingo, dezembro 07, 2014
sexta-feira, dezembro 05, 2014
quinta-feira, dezembro 04, 2014
quarta-feira, dezembro 03, 2014
a província ressonava
«O guarda fechara as portinholas. As raparigas com os tabuleiros à cabeça, recolhiam à cidade, o char-à-bancs partira; havia agora um silêncio na plataforma donde desaparecera a o chefe e o condutor: naquela estação adormecida o comboio parecia ter adormecido também, sob a tarde serena: só uma rapariguita ia dizendo a espaços com um tom plangente e fanhoso: "água! água!" E sem descontinuar adiante a máquina ressonava baixo.»
Eça de Queirós, A Capital! (póstumo, 1925)
terça-feira, dezembro 02, 2014
para que não se pensasse que eles ficavam a rir
«O avião é um bocadinho antes da meia-noite mas temos de ir mais cedo. O tio Zé vai levar-nos ao aeroporto. O pai vai lá ter depois. Depois de matar a Pirata e de deitar fogo à casa e aos camiões. Não acredito que o pai mate a Pirata. Também não acredito que o pai deite fogo à casa e aos camiões. Acho que diz isso para não pensarmos que eles se ficam a rir. Eles são os pretos.»
Dulce Maria Cardoso, O Retorno (2012)
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os mistérios da política
Parece que foi publicada uma biografia de Rui Rio.
Minh'alma está parva.
Trata de quê o livro?
Das cimeiras, enquanto secretário-geral do PSD, com o líder da concelhia de Tortosendo? da refiliação dos militantes? fotografias do conselho nacional do PSD? da Câmara do Porto? do risco de vida a seguir às implosões das torres do Aleixo? instantâneos a ver os aviões a passar a D. Luís?
Biografia?...
Minh'alma está parva.
Trata de quê o livro?
Das cimeiras, enquanto secretário-geral do PSD, com o líder da concelhia de Tortosendo? da refiliação dos militantes? fotografias do conselho nacional do PSD? da Câmara do Porto? do risco de vida a seguir às implosões das torres do Aleixo? instantâneos a ver os aviões a passar a D. Luís?
Biografia?...
segunda-feira, dezembro 01, 2014
músicas que ninguém compreende
«O mais triste é Amaro: tem um ar de sofredor, olhos que sempre estão olhando para parte nenhuma. E, depois, aquela mania de viver em cima do piano, batendo à toa nas teclas, inventando músicas que ninguém compreende... Enfim, como toda a gente diz que ele é um homem muito inteligente, é melhor não discutir...»
Erico Veríssimo, Clarissa (1933)
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