Parece que o Parlamento vai homenagear a República com uma exposição de bustos de todos os presidentes das ditas (I, II e III Repúblicas). A II República, mais conhecida por Estado Novo, deu três para o ramalhete. Três usurpadores, diga-se, pois a participação em simulacros eleitorais que mais não foram do que acções políticas fraudulentas, retirou a Carmona, Craveiro Lopes e Thomaz qualquer legitimidade para o exercício da chefia do Estado.
O caso de Américo Thomaz é especialmente gritante e criminoso. Filipe II (I de Portugal) teve mais legitimidade como chefe do Estado do que Thomaz, que não teve nenhuma. De tal forma, que o cagaço de Salazar com o Humberto Delgado suscitou(-lhe) uma revisão constitucional, em que o PR deixou de ser eleito por sufrágio universal para passar a sê-lo por colégio eleitoral.
Dito isto: expõem-se cem anos de República. O que se faz com presidentes usurpadores e ilegítimos? Varrem-se para debaixo do tapete da História? Não conheço o teor da exposição, mas duvido que seja glorificadora, caso contrário não é uma exposição mas uma acção (canhestra) de propaganda.
Uma ressalva, em tempo: é claro que não me refiro aos resistentes, quando falo em patetice, gente que me merece o maior respeito, mas a certos pinto-calçudos, quase de calções ainda hoje, bradando...
Uma ressalva, em tempo: é claro que não me refiro aos resistentes, quando falo em patetice, gente que me merece o maior respeito, mas a certos pinto-calçudos, quase de calções ainda hoje, bradando...
3 comentários:
Digo eu, do alto da minha ignorância, que será um bocadinho idiota querer fazer de conta que os três presidentes em causa não existiram. Nem me parece que a História deve ser reescrita ao sabor das vontades.
Ora bem, eles existiram, não foram o modelo de democracia nem de governação que se exigia até, mas foram presidentes.
Mau seria dar-lhes um lugar de destaque, exaltá-los acima de todos, se não é o caso, se tão-só é a mostra dos presidentes que tivemos, onde está o problema?
E aos reis que lhes fazemos? E aos maus ministros, maus deputados, maus pais, mais jardineiros? Vai tudo raso?
Continuando no lugar cimeiro da minha ignorância, corrige-me se estiver enganada, conhecer a História é ser exposto ao bom e ao mau e daí retirar uma conclusão, correndo tudo bem, preferindo escolher as maçãs saudáveis às maçãs podres.
Fazer de conta que estes presidentes não existiram é impedir a reflexão e a consciência crítica.
Sem conhecer a exposição,digo que se trata duma mera urticária política, que nada tem que ver com a História. Esta é impiedosa. Pode ser interpretada, escrita e reescrita pelos vencedores e pelos vencidos, mas não se deixa branquear nem escurecer. Não vale a pena ter ilusões a esse respeito -- que o digam os faraós, que mandavam picar as inscrições dos precedentes, para que a História deles se esquecesse. Baldado esforço, concluímos cinco mil anos depois :|
Pintos, ou pitos, calçudos....
Significado, o óbvio, além do figurado.
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