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O incipit: «Eram terríveis as rotinas, quase um rito iniciático, uma sagração.»
um parágrafo: «De certo modo não havia lugar para o pai nem para mim. Havia lugar para a nossa presença na ordem incessante dos ritos, a horas certas. Não para as cavalgadas solitárias que cada um tinha necessidade de fazer sem ser interrompido pela tarefa do dia. Mesmo que fosse o dia de receber visitas, com chá e bolos. Não tínhamos direito à nossa desordem interior, éramos prisioneiros de um espaço constantemente invadido por obrigações cujo sentido não podíamos entender. Não era por mal, era assim.»
Manuel Alegre, «A grande subversão», O Homem do País Azul [1989], 7.ª ed., Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2009, pp. 49-56.
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