Quando o governo anterior foi levado a negociar com a troika, na sequência do chumbo do PEC IV, previu-se o recurso a privatizações de activos do Estado português no valor de 5.000.000.000 € (cinco mil milhões euros).
Até agora, o Estado encaixou mais de seis mil milhões, tornando dispensável a alienação dos Correios de Portugal, empresa lucrativa, fundamental para a coesão do território (como ainda há pouco era lembrado n'"O Eixo do Mal") e, como a RTP (Rádio e Televisão de Portugal) ou a TAP (Transportes Aéreos Portugueses) são instrumentos de soberania (tal como o era, por exemplo a REN, Rede Eléctrica Nacional).
Isto demonstra que este governo é atentatório da dignidade e da soberania nacionais. Recorde-se que o serviço de correios foi instituído em 1521 por D. Manuel I, e que pouquíssimos países no mundo conhecem uma originalidade destas (nos EUA, por exemplo, os correios são públicos).
O insuportável vice-primeiro-ministro disse estarmos à beira do 1.º de Dezembro (feriado, aliás, que foi ignominiosamente suprimido, por gente sem vergonha); a conclusão óbvia é a de que a direcção política do governo encarna o perfil do traidor Miguel de Vasconcelos. Como dizia Mário Soares, seria bom que eles se apeassem por si próprios, para não serem defenestrados, como sucedeu com o dito Vasconcelos colaboracionista.