domingo, janeiro 11, 2009

Em que me prolongam os filhos?

I

Em que me prolongam os filhos?
O que de mim neles vive?

II

O que dirá aos meus netos a bengala com o monograma gravado no castão do bisavô?
Ser-lhes-á ele o nome, ou uma imagem apenas?

III

E aos netos dos netos, o que restará deste avô que ainda não o é?
Será que lhes chega algum eco longínquo da sua voz?

IV

E depois, quando tudo passar?

9 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Belíssimas e pertinentes interrogações!

Creio que nos prolongam sempre. Mas interrogo-me igualmente se é mesmo assim (?), e exactamente de que modo (?).

Para pensarmos... :)

Ricardo António Alves disse...

... ou não :)

Obrigado, Ana Paula.

Ana Paula Sena disse...

Ou não.

Concordo :)

Lina Arroja (GJ) disse...

Ficam sempre as imaginações, os legados e as recordações. E eu, que fui avó no outro dia, quero acreditar que é assim.

Ricardo António Alves disse...

Que bonito, Grande Jóia! :)
Muitos parabéns, e felicidades!

Lina Arroja (GJ) disse...

Muito obrigada. Vai que não tarda é a sua vez... :)

Ricardo António Alves disse...

Espero que ainda faltem uns anitos... :|

Lina Arroja (GJ) disse...

Detesto dizer isto, mas os anitos passam num sopro e nenhum de nós está preparado para essa realidade. Deus deve gostar mesmo de nós, porque nos dá os últimos 25anos com muito vagar. Por isso e em condições naturais tornamo-nos avós cada vez mais tarde, para termos tempo e caminhar devagar.

Ricardo António Alves disse...

Muito devagar, esperemos.