terça-feira, junho 10, 2008

Caracteres móveis - Juan Ramón Jiménez

Quando chegamos à sombra da nogueira grande, parto duas melancias, que abrem a sua neve escarlate e rósea num estalido longo e fresco. Saboreio a minha lentamente, ouvindo, ao longe, as vésperas da aldeia. Platero bebe a carne de açúcar da sua, como se fosse água.


Platero e Eu
(tradução de José Bento)

5 comentários:

Ana Paula Sena disse...

É um óptimo livro! :)

estrelicia esse disse...

Uma ternurinha, o Platero de Jiménez.

Ricardo António Alves disse...

É verdade, Ana Paula e Estrelícia. Só podia ter sido escrito por um poeta. :)

Huckleberry Friend disse...

É das coisas mais bonitas que tenho lido... de uma ingenuidade nada ingénua, de uma ternura (sim!) muito ternurenta, com sensações tão palpáveis que, ao ler isto, fiquei com desejos de melancia. Talvez seja simpatia para com a cara-metade, essa sim em estado de ter ânsias tais! Abraço.

Ricardo António Alves disse...

...além disso, está muito calor -- ficamos todos com ânsias de melancias, gestantes ou não :)
Um abraço a ambos.