domingo, julho 17, 2005

A SELVA como expressão das ideias libertárias de Ferreira de Castro (17)

-- Você, então, é monárquico mesmo?
-- Fui, fui.
-- Ah, aderiu à República?
-- Não. Hoje não me satisfaz nem uma coisa nem outra. Tenho aprendido muito nos últimos tempos. Sobretudo depois que vim para aqui.
-- Então?
-- Não sei. É um desejo que tenho de justiça para todos. Sem dúvida a Humanidade está longe ainda da elevação colectiva que eu sonho para ela. Mas a evolução é coisa tão lenta e a vida de cada um tão pequena, que eu, às vezes, penso que a sede de justiça que há por toda a parte acabará por marchar à frente...
E como lesse a incompreensão no rosto de Juca:
-- Quando estamos fora da nossa terra, perdemos, quase sempre, a paixão política. Eu, hoje, sou diferente do que fui... Sinto que mudei bastante. Há muitas coisas que eu não dava por elas e agora dou. Penso que têm razão os que querem um mundo mais justo.
Cap. XIV, 32ª ed., p. 259.

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