«-- Se eu te tivesse conhecido recém-nascida, teria odiado em ti o rosto incaracterístico da criança, balofo, sem vontade, que ri como um ébrio: -- esse rosto divino que 18 anos mais tarde eu havia de amar pela perversidade do seu sorriso, pela voluptuosidade que dele se desprende e voa até aos meus sentidos.» Eduardo Frias e Ferreira de Castro, A Boca da Esfinge (1924)
«Os homens pararam. Alguns, mais cansados, sentaram-se imediatamente, outros ainda procuraram árvores para aproveitarem a sombra e o encosto dos troncos. Abriram os camuflados, aspirando o cheiro ácido de suor que saía do peito, para se refrescarem.» Carlos Vale Ferraz, Nó Cego (1983)
«Estavam quase ao alcance da respiração um do outro: ela debruçada num muro de pedra de lava; ele na rampa de terra que bordava a estrada ali larga, acabando com a fita de quintarolas que vinha das Angústias até quase ao fim do Pasteleiro e dava ao trote dos cavalos das vitórias da Horta um bater surdo, encaixado.» Vitorino Nemésio, Mau Tempo no Canal (1944)
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1 comentário:
«O facto é que Luís de Camões tem por várias vezes esta vila de Alenquer no pensamento. Outras vezes se refere a ela, como no soneto à morte do companheiro de armas, que foi sepultado no mar de Abássia:
"Criou-me Portugal na verde e cara
Pátria minha, Alenquer, mas ar corrupto
Que neste meu terreno vaso tinha..."
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões - Fabuloso*Verdadeiro". Ensaio (1950)
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