Uma jovem estudante de artes francesa escreveu uma frase na base do Padrão dos Descobrimentos que, não estando totalmente errada -- “Blindly sailing for monney, humanity is drowning in a scarllet sea” --, está muito longe da realidade. Os Descobrimentos foram muito mais do que pilhagem e barbárie.
Obviamente que isto não é matéria para amadores, mas para historiadores, e sérios. Porque os há vigaristas ou ideologicamente cegos. A jovem, coitada, é jovem, não tem culpa de ser ignorante, tem toda a desculpa ao contrário daqueles que se põem em biquinhos de pés.
O episódio deveria ser ignorado, é uma manifestação da ligeireza e idiotice das "redes sociais", mas é impossível neste tempo de trincheiras -- um tempo que acho especialmente interessante para chamar nomes aos bois -- olhar com o distanciamento que a seriedade impõe.
O populismo e a vigarice à esquerda incomodam-me, pois ainda vou considerando a esquerda o meu campo, apesar de estar difícil. Por isso exulto ao ler uma entrevista de um homem que é um artista e não historiador, Rodrigo Francisco, ir para além da banalidade, do lugar-comum, da banalidade, no que respeita à forma como aborda a Guerra Colonial, o fenómeno dos retornados ou os militares que fizeram a guerra -- uma guerra criminosa, note-se, sob qualquer ponto de vista.
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