Costa fez um bom discurso de derrota. Não sei para que vai servir, atendendo aos ziguezagues desta campanha, mas seria bom que servisse para alguma coisa. Aspirar a uma união da esquerda é um devaneio, até porque o PCP já demonstrou que não está nada interessado em sair da fortaleza; por sua vez, o Bloco cresceu à custa do PS e não chega para fazer maioria com ele; e o Livre, para meu desapontamento, foi um nado-morto político, não por inépcia própria mas pela lógica trituradora do voto útil e, por outro lado, pela magnífica campanha de Catarina Martins.
Perplexidade: a vitória folgada da PàF mostra como parte dos eleitores estão desejosos de ouvir mentirolas e deixarem-se atemorizar. Conhecendo os portugueses, não é de espantar;
Surpresa interessante: a eleição de um deputado do PAN. A ver se ali há alguma consistência ecológica e afim ou se se trata de mais um molho de tontinhos a desaparecer em próximas eleições.
E por falar em tontinhos e parentela, as alegrias da noite, que também as houve: a votação quase inexistente dos racistas e xenófobos, a irrelevância dos agires e dos pêdêerres, uns e outros amostras do populismo mais grosseiro. E a alegria maior: a perda de 700 mil votos pelo PSD e CDS, e com eles a da maioria absoluta. Mesmo assim, temo pela autofagia idiota do PS e que se deixe endrominar por Passos Coelho, essa raposa.
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