«Por uma nevoenta manhã, a musa, acordando, avistou através das sanefas de damasco amarelo um grande lençol de prata estendido numa várzea. Era o Tejo. Nessa mesma manhã se passou Santarém e o seu castelo moiro, guarnecido de colibrinas e morteiros, entrando a liteira em Lisboa ao lusco-fusco, por entre o clamor das brigas nocturnas e o ladrido dos cães, à luz dos fachoqueiros acesos pelos lacaios derreados.»
Carlos Malheiro Dias, Paixão de Maria do Céu (1902)
Carlos Malheiro Dias, Paixão de Maria do Céu (1902)
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