A ÚLTIMA ESPERANÇA
Chivera
naquela manhã viera
trazer o filho que morria
no armazém do patrão
para receber a guia
do lactário que dá injecção.
Disseram-lhe
que ele não podia
ser dispensado do serviço
só porque o filho tinha feitiço
e não comia há dois dias!
Na outra manhã
Chivera
já não trazia
o filho que morria
mas sim os olhos chorando
a boca muda protestando
a última esperança perdida;
só os sacos de milho
das lavras dos seus irmãos
no armazém esperavam
a hora das suas mãos
para mais um dia de vida...
Poesia / No Reino de Caliban II
(edição de Manuel Ferreira)
terça-feira, abril 27, 2010
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