Quais são as cinco mentiras cardeais da classe dirigente?
Religião, Política, Leis, Ciências, Artes e Moral.
Breve Catequese para a Classe Oprimida
(tradução de Alexandre Pastor)
sexta-feira, julho 31, 2009
quinta-feira, julho 30, 2009
quarta-feira, julho 29, 2009
Antologia Improvável #391 - Helder Moura Pereira (2)
Que podes dizer quando no engano
souberes que não há dádiva sem vantagem,
utilidade sem mágoa? As palavras
esperavam-te, era por mim que lutava,
um passo em falso e logo outro, noites
adivinhando ao longe o delírio, as luzes
voltadas para um rosto que as não
queria, lágrima numa chantagem, um
pouco de carinho, o resultado final
do precário sossego. Que posso dizer
quando houver inusitada calma,
a tranquilidade dos que preparam
com o seu cuidado a divisão
da hipocrisia? Que só de fúrias
vivemos, só de arriscados lances.
Sedução pelo Inimigo
souberes que não há dádiva sem vantagem,
utilidade sem mágoa? As palavras
esperavam-te, era por mim que lutava,
um passo em falso e logo outro, noites
adivinhando ao longe o delírio, as luzes
voltadas para um rosto que as não
queria, lágrima numa chantagem, um
pouco de carinho, o resultado final
do precário sossego. Que posso dizer
quando houver inusitada calma,
a tranquilidade dos que preparam
com o seu cuidado a divisão
da hipocrisia? Que só de fúrias
vivemos, só de arriscados lances.
Sedução pelo Inimigo
terça-feira, julho 28, 2009
caderninho
Tudo o que é agradável na vida se baseia num retorno das coisas exteriores, que com regularidade se verifica. A alternância do dia e da noite, das estações do ano, das flores e frutos, e o mais que de época para época se nos depara, para que o possamos e devamos fruir, tudo isso é que verdadeiramente impulsiona a vida terrena. Quanto mais abertos estivermos a essas fruições, mais felizes nos sentimos. Citado por Hugo von Hofmannsthal
O Livro dos Amigos (tradução de José A. Palma Caetano)
segunda-feira, julho 27, 2009
Caracteres móveis - Anatole France
Montessuy fazia voltar à vida tudo o que ela pode dar. Ateu instintivo e poderoso, queria todos os bens físicos e todas as coisas desejáveis que a terra produz. Amontoou na galeria e nos salões de Joinville quadros de mestres e preciosas esculturas de mármore. Aos cinquenta anos, teve as mais belas mulheres do teatro e algumas mundanas cujo luxo ele acrescentou. Usufruía de tudo quanto existe de precioso na sociedade com a brutalidade do seu temperamento e a fineza do seu espírito.
(caricatura por Woop)
O Lírio Vermelho
(tradução de Felisbela Godinho Carneiro)
domingo, julho 26, 2009
oh! os quadradinhos
Antologia Improvável #390 - Ruth Sylvia de Miranda Salles
RETRATO
Ah, Senhor, por que não sermos
amados pelo que somos,
e sim pelo que nos sonham?
Os mais prementes anseios
abandonamos na vida.
Resta a mágoa adquirida.
Com que torturado esfôrço
arrastamos o que temos
para fora da moldura!
Para que o olhar amado
resplandeça de ternura,
há que ser outro o retrato.
A mágoa de não nos sermos
guardemos adormecida.
Para não manchar a tela
tôda lágrima guardemos.
E que as ondas dêsse pranto
embalem tamanha perda.
Ah, Senhor, nessa premência
de termos o que nos trazem,
de sermos o que nos sonham,
afinal o que é que somos?
Somos o vasto silêncio
da solidão que nos fazem.
Pastoral / A Nova Poesia Brasileira
(edição de Alberto da Costa e Silva)
Ah, Senhor, por que não sermos
amados pelo que somos,
e sim pelo que nos sonham?
Os mais prementes anseios
abandonamos na vida.
Resta a mágoa adquirida.
Com que torturado esfôrço
arrastamos o que temos
para fora da moldura!
Para que o olhar amado
resplandeça de ternura,
há que ser outro o retrato.
A mágoa de não nos sermos
guardemos adormecida.
Para não manchar a tela
tôda lágrima guardemos.
E que as ondas dêsse pranto
embalem tamanha perda.
Ah, Senhor, nessa premência
de termos o que nos trazem,
de sermos o que nos sonham,
afinal o que é que somos?
Somos o vasto silêncio
da solidão que nos fazem.
Pastoral / A Nova Poesia Brasileira
(edição de Alberto da Costa e Silva)
sábado, julho 25, 2009
reversos
Timidez I
Não olhes para mim assim, que não sei que fazer com este corpo, os braços ficam demasiado compridos, os pés tropeçam um no outro, a boca contorce-se num esgar, os olhos aflitos e desesperados com a sua cobardia.
Daqui a nada espeto-me contra a parede mais próxima, ou contra ti.
Timidez II
Não olhes assim para mim, que eu sei muito bem o que fazer com este corpo, pegar-te nas mãos hesitantes, fitar-te a boca atrevida, avançar pelas tuas coxas, encarar os teus olhos pedintes.
Daqui a nada espeto-te contra a parede mais próxima, e avanço para ti.
sexta-feira, julho 24, 2009
quinta-feira, julho 23, 2009
quarta-feira, julho 22, 2009
caderninho
Um dia a Terra será deserta e reduzida à condição de uma bola de pedra perdida nos espaços e no seu absurdo fantástico de ser. Pensa nisso quando conquistares um império ou realizares uma obra de arte ou sofreres ou infligires uma humilhação.. E verás que tudo se te transfigurará. Vergílio Ferreira
Escrever (edição de Hélder Godinho)
terça-feira, julho 21, 2009
segunda-feira, julho 20, 2009
domingo, julho 19, 2009
Antologia Improvável #389 - António Botto (6)
CANTIGA
Eu ausente e tu ausente,
Eu de ti e tu de mim;
Saudade, quando me deixas,
Ausência, quando tens fim?
VOLTA
Meus olhos andam molhados
Desde aquele negro dia,
Bronzes, dobrai a finados,
Que eu já não tenho alegria!
Ó causa das minhas queixas,
Porque me matas assim?...
Saudade, quando me deixas,
Ausência, quando tens fim?
Cantares
Eu ausente e tu ausente,
Eu de ti e tu de mim;
Saudade, quando me deixas,
Ausência, quando tens fim?
VOLTA
Meus olhos andam molhados
Desde aquele negro dia,
Bronzes, dobrai a finados,
Que eu já não tenho alegria!
Ó causa das minhas queixas,
Porque me matas assim?...
Saudade, quando me deixas,
Ausência, quando tens fim?
Cantares
sexta-feira, julho 17, 2009
Figuras de estilo - Raul Brandão
quinta-feira, julho 16, 2009
Antologia Improvável #388 - Alberto de Serpa (2)
AOS AMIGOS QUE PARTIRAM
Agora, o botequim é outro...
Do violinista, os gestos que faziam música sensual para as mulheres
Tornaram-se atrevidos e explícitos,
E nos olhos delas está bem claro o desejo.
As notas de música vão a todos os cantos da sala,
Mesmo ao nosso, onde pára agora uma mulher triste como uma saudade...
Os homens erguem mais as vozes para combaterem a guerra,
E defendem a paz com um ódio de morte nos rostos contraídos.
As ordens são dadas de mais longe e mais alto:
Partiu-se aquela solidariedade que fazia todos iguais.
Os humildes já não entram, que as luzes são mais fortes
E as sombras fugiram lá para fora, onde a noite é mais nocturna...
Sim, falta qualquer coisa que se foi convosco...
Falta o nosso sonho que andava de alma em alma
E se alargava no ar como o fumo dos cigarros...
A Vida É o Dia de Hoje
(retrato por António Carneiro)
Agora, o botequim é outro...
Do violinista, os gestos que faziam música sensual para as mulheres
Tornaram-se atrevidos e explícitos,
E nos olhos delas está bem claro o desejo.
As notas de música vão a todos os cantos da sala,
Mesmo ao nosso, onde pára agora uma mulher triste como uma saudade...
Os homens erguem mais as vozes para combaterem a guerra,
E defendem a paz com um ódio de morte nos rostos contraídos.
As ordens são dadas de mais longe e mais alto:
Partiu-se aquela solidariedade que fazia todos iguais.
Os humildes já não entram, que as luzes são mais fortes
E as sombras fugiram lá para fora, onde a noite é mais nocturna...
Sim, falta qualquer coisa que se foi convosco...
Falta o nosso sonho que andava de alma em alma
E se alargava no ar como o fumo dos cigarros...
A Vida É o Dia de Hoje
(retrato por António Carneiro)
quarta-feira, julho 15, 2009
terça-feira, julho 14, 2009
caderninho
Temos de lidar severa e despoticamente com a nossa memória, para que ela não desaprenda a ser obediente; se, por exemplo, não conseguir recordar qualquer coisa, talvez um verso ou uma palavra, não devemos ir procurá-la num livro, mas sim perseguir periodicamente a nossa memória, durante semanas a fio, até ela ter cumprido o seu dever. Arthur Schopenhauer
«Aforismos» ( de Parerga e Paralipomena) (tradução de Alexandra Tavares)
sábado, julho 11, 2009
Making Movies
O melhor álbum dos Dire Straits; o disco da maturidade, e da euforia. Knopfler confirma-se como um dos referenciais song writers do rock, o que se suspeitara logo dois anos antes de Making Movies, com o single de estreia, Sultans of Swing (1978) e a surpresa do primeiro LP, Dire Straits, desse mesmo ano.
Na ressaca do punk, um tipo desconhecido, professor de literatura inglesa, surgia com um som retro, uma invejável competência técnica como guitarrista, uma voz cavernosa e música indiferente ao que então estava a dar.
Podia ter sido uma das recorrentes irrupções revivalistas que sucedem em todas as artes. Mas não. Os Dires Straits -- ou melhor, Mark Knopfler -- eram muito mais que um epifenómeno nostálgico. Communiqué, de 1979, já o assegurava.
Falei em euforia. «Getting crazy on the waltzers but it's the life that I choose», reza o primeiro verso de «Tunnel of love». Depois de entusiasticamente saudados, Knopfler e o baterista Pick Withers foram convidados a tomar conta da guitarra-solo e dos tambores do álbum de Bob Dylan, Slow Train Coming (1979). Sabemos qual foi o seu desempenho. Este Making Movies surge quando os Straits estão na linha da frente da música popular. Justifica-se, pois, a euforia: «Well take a look at that / I made a castle in the sand / [...] / If I realised that the chances were slim / How come I'm so surprised when the tide rolled in» -- versos de «Solid Rock», faixa que poderia ter dado o nome ao disco. Knopfler, coadjuvado por Withers, John Illsley e Roy Bittan, pianista da E Street Band, de Bruce Spingsteen, deu-nos um dos álbuns mais consistentes, mais sólidos da história do rock. Uma lição de Knopfler para ouvir de uma ponta a outra: a consabida mestria do guitarrista -- o celebrado recurso ao fingerpicking, muito perceptível nas guitarras acústicas -- inibe-o de fazer exercícios estéreis de virtuosismo; e a Fender sobressai naturalmente, sustentada pela secção rítmica.
sexta-feira, julho 10, 2009
Caracteres móveis - Mario Benedetti
NO SÉ QUIEN ES
Es probable que venga de muy lejos
no sé quien es ni a donde se dirige
es sólo una mujer que se muere de amor
se le nota en sus pétalos de luna
en su paciencia de algodón / en sus
labios sin besos u otras cicatrices /
en los ojos de oliva y penitencia
esta mujer que se muere de amor
y llora protegida por la lluvia
sabe que no es amada ni en los sueños /
lleva en las manos sus caricias vírgenes
que no encontraron piel donde posarse /
y / como huye del tiempo / su lujuria
se derrama en un cuenco de cenizas
La Vida Ese Paréntesis / Inventario Tres
Es probable que venga de muy lejos
no sé quien es ni a donde se dirige
es sólo una mujer que se muere de amor
se le nota en sus pétalos de luna
en su paciencia de algodón / en sus
labios sin besos u otras cicatrices /
en los ojos de oliva y penitencia
esta mujer que se muere de amor
y llora protegida por la lluvia
sabe que no es amada ni en los sueños /
lleva en las manos sus caricias vírgenes
que no encontraron piel donde posarse /
y / como huye del tiempo / su lujuria
se derrama en un cuenco de cenizas
La Vida Ese Paréntesis / Inventario Tres
quinta-feira, julho 09, 2009
Antologia Improvável #387 - Fernando Assis Pacheco (3)
PESO DE OUTONO
Eu vi o Outono desprender suas folhas,
cair no regaço de mulheres muito loucas.
Cem duzentas pessoas num café cheio de fumo
na cidade de Heidelberg pronta para a neve
saboreavam tepidamente a sua ignorância.
Eu vi as amantes ensandecerem
com esse peso de Outono. Perderem as forças
com o Outono masculino e sangrento.
Os gritos a meio da noite
das amantes a meio da loucura voavam
como facas para o meu peito.
Alguns poetas li-os melhor no Outono,
certos amores só poderia tê-los,
como tive, nos dias doces da vindima.
Cuidar dos Vivos / A Musa Irregular
Eu vi o Outono desprender suas folhas,
cair no regaço de mulheres muito loucas.
Cem duzentas pessoas num café cheio de fumo
na cidade de Heidelberg pronta para a neve
saboreavam tepidamente a sua ignorância.
Eu vi as amantes ensandecerem
com esse peso de Outono. Perderem as forças
com o Outono masculino e sangrento.
Os gritos a meio da noite
das amantes a meio da loucura voavam
como facas para o meu peito.
Alguns poetas li-os melhor no Outono,
certos amores só poderia tê-los,
como tive, nos dias doces da vindima.
Cuidar dos Vivos / A Musa Irregular
quarta-feira, julho 08, 2009
terça-feira, julho 07, 2009
lágrimas do blogger angustiado (ou em alternativa: a mesma luta?)
Ando pràqui a teclar poemas doutros enquanto
o André Previn percorre Satin Doll no prato.
Oh! -- e agora Sweet Georgia Brown! (Em
verdade a teclar também a música doutros.)
A mesma luta, Previn e eu. Para
milhões,ele; para quem, eu?
o André Previn percorre Satin Doll no prato.
Oh! -- e agora Sweet Georgia Brown! (Em
verdade a teclar também a música doutros.)
A mesma luta, Previn e eu. Para
milhões,ele; para quem, eu?
segunda-feira, julho 06, 2009
domingo, julho 05, 2009
clube de leitura - Trinta Dinheiros
Crónica de negócios e negociatas, de traições e transigências, na indústria, na finança, na imprensa, continua a triste saga de Ataíde e Melo, iniciada vinte anos antes em Gente de Bem.
Mercê de expedientes a que lança mão desde sempre, o self made man Joaquim Ataíde e Melo guindou-se à situação de c.e.o. (como agora se diz, em horrendo economês) da empresa proprietária do "Diário da Tarde". Trabalha para seu proveito e para ajustar contas, desviando -- é claro -- os dividendos alcançados pela empresa. Uma vida de estadão, pois então, motorista fardado, amante(s), a mulher no Estoril, para aborrecer o menos possível. Deslumbrado, megalómano, ávido, será substituído em assembleia geral de accionistas, curiosa actualidade...
Acaba mal, o ganancioso, ao contrário da filha, Maria Eduarda -- o único caracter decente deste hediondo fresco da burguesia. Em Gente de Bem, saíra da casa dos pais para viver com o homem que amava e com quem partilhava afinidades electivas. Ou julgava partilhar. Álvaro de Castro (será coincidência a personagem ter nome dum primeiro-ministro da República, por sinal um dos mais à esquerda, que levou para o executivo alguns membros da Seara Nova, nomeadamente António Sérgio), Álvaro de Castro -- escrevia -- , é um advogado cujas ideias arejadas, que tanto seduziram Maria Eduarda, não resistiram à perspectiva de uma promissora carreira, chegando a casar-se com esta por mera conveniência de salvaguardar aparências.
A filha do patético Ataíde e Melo não quer atraiçoar-se e divorcia-se, trilhando um caminho cheio de dificuldades, mulher de poucas habilitações, guardada para o papel de esposa e mãe. Cruzar-se-á com um médico e investigador, António Ribeiro Gomes, de convicções libertárias, todo consagrado à sua vocação. Homem difícil e reservado, Maria Eduarda terá como projecto de vida dedicar-se-lhe, com a expectativa de vir um dia a ser verdadeiramente amada. Confesso o meu desapontamento pela saída dada por Esperança a esta personagem fascinante; mas, apesar de tudo, que poderia fazer uma fêmea sem habilitações no Portugal de meados de novecentos, para além de se devotar ao marido ou companheiro? É curioso ver a nota que o autor nos dá sobre a sua própria valorização das atribuições sociais: o advogado revela-se oportunista, de convicções moles, ao contrário do médico, com outra nobreza e que decorre das convicções de Assis Esperança a respeito dos malefícios e benefícios das duas actividades. (Há, a propósito, uma fugaz aparição de um candidato a deputado, cheio de lábia e presunção, indicadora do menosprezo, bem anarquista, do romancista pela representação partidária).
Tal como se verificou em Gente de Bem, a Senhora de Ataíde e Melo (continuámos sem lhe conhecer o nome próprio...) e o filho têm um papel secundário. Este será, no fundo, um lídimo sucessor do pai, em trapaça e falsa compostura. A mãe, tonta inútil e negligenciada, tem como desígnio principal da sua irrelevante existência o de divulgar em Portugal o culto de São Judas Tadeu, apóstolo desgraçadamente confundido com o outro, o que vendeu Cristo por trinta dinheiros, um Judas Escariote em que, sem que disso tivesse noção, se tornara o homem com quem casara e de quem parira.
O romance supera em contenção e em estilo aquele de que é sequela; mas perde no confronto para o livro imediatamente anterior de Esperança, o magnífico Servidão.
Incipit -- Quando, entre a correspondência recebida, nessa tarde, do Continente, passadas as cartas uma a uma, Ataíde e Melo não viu o timbre, em relevo, de Montargil & C.ª, desenrugou a fronte e respirou fundo. Quinze dias antes, manadara para Lisboa, como lhe fora ordenado, sangria, ao que lhe parecera, desatada, um minucioso relatório sobre a crise dos bordados da Madeira, possibilidades de se lhe atenuarem os efeitos, reconquista de mercados, e prováveis lucros ou prejuízos fabris nessas proximidades do fim do ano. E ficara à espera, e contava que, pelo menos, como era norma da Casa que servia, acabariam por menosprezar todos os seus alvitres e exigir-lhe um muito maior esforço de trabalho.
A capa de Roberto Nobre, cumpre. Há muito que ele se afastara das actividades gráficas para dedicar-se ao ensaísmo cinematográfico (e também literário). Presumo que esta capa terá sido feita pela grande amizade com Assis Esperança.
sexta-feira, julho 03, 2009
quinta-feira, julho 02, 2009
Caracteres móveis - Piotr Kropotkin
A mentira transforma-se em virtude: a mediocridade num dever. Enriquecer, gozar o momento, esgotar a inteligência, o arrebatamento, a energia de cada um, pouco importa como, converte-se na palavra de ordem das classes acomodadas, tal como da multidão dos pobres cujo ideal é parecer burguês. Então, a depravação dos governantes -- do juiz, do clero e das classes mais ou menos acomodadas -- torna-se tão revoltante que se inicia a outra oscilação do pêndulo.
A Moral Anarquista
(tradução de José Luís de Sousa Pérez)
Foto de Nadar
Antologia Improvável #386 - Manuel Sérgio
INSTANTÂNEO
Ambulâncias:
Sirenes zurzindo
A calma do dia
E um risco a riscar
Cá dentro de nós
Dizendo que a alma
Tem topografia
Entre o Nevoeiro da Serra
quarta-feira, julho 01, 2009
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