domingo, julho 31, 2016

só uma música

Um jazz fusional, aberto à restante música negra norte-americana. Deste Juju Street Dongs, belo título, de 1972, escolho «I Wanna Be Where You Are» (no ano seguinte, com versão dos Jackson 5). Sensacional a bateria de Howard King, quando Bartz começa a improvisar, aí pelos 3 minutos

quinta-feira, julho 28, 2016

caracteres móveis


«[...] cada palavra que desaparece é um pouco de nós mesmos que vai também morrendo.» Rebelo de Bettencourt, O Mundo das Imagens (1928)


50 discos: 6. MONEY JUNGLE (1962) - #3 «Very Special»


quarta-feira, julho 27, 2016

criador & criatura




Mort Weisinger, George Papp e Green Arrow / Arqueiro Verde



50 discos: 25. MEUS CAROS AMIGOS (1976) - #3 «Olhos nos Olhos»


Bem longe fica o sol da bela aurora / E a própria escuridão da noite escura!
Teixeira de Pascoais

segunda-feira, julho 25, 2016

mero fragmento

Duas ou três descobertas, em outros tantos arquivos. Uma persistência que pareceu ter dado alguns frutos. Mas, teu e original?, para além dumas intuições certeiras e ligações bem feitas? Meros fragmentos, quase confidenciais, que nada acrescentam.

50 discos: 1. LOUIS ARMSTRONG PLAYS W. C. HANDY (1954) - #3 «Loveless Love»


em paz, sem deuses

Vives em paz, sem deuses. Em paz? Há muito que te conformaste com o absoluto da razão, dentro, por baixo, ao lado do enigma da existência. És suficientemente sério contigo para condescender com os grandes castelos no ar com que os desgraçados de todas as épocas pretenderam confundir o nada em que esbracejam.

domingo, julho 24, 2016

microleituras

Maravilhoso livrinho da maravilhosa Maria Keil, história e ilustrações, lindas, sobre uma família de gatos que vê construir um prédio nos seus domínios.Querem ver o pau de fileira, coisa que, naturalmente, não sucede. Inteligentemente didáctico no louvor da cooperação, da tolerância e, sendo progressista, na defesa das tradições válidas. 
E com um tom muito Maria Keil, que quem a conheceu não deixa de identificar.

o princípio: «Era uma vez um terreno sem nada, no cruzamento de duas ruas.»

O Pau de Fileira, Lisboa, Livros Horizonte, 1976

(também aqui)

Grooooovve...

sábado, julho 23, 2016

«Estado Livre de Jones»






História interessantíssima de um soldado confederado, que percebe que está a servir de carne para canhão dos grandes proprietários rurais escravocratas do Sul dos Estados Unidos, na mortífera  Guerra Civil de 1861-1865. Percebe que conceitos como o de honra se tornavam tretas bem embrulhadas, em face dos interesses da classe dominante. Percebeu uma coisa ainda mais importante, que foi a de reconhecer um seu igual em humanidade, para além da cor da pele. Há também prolepses muito bem metidas, cuja acção decorre cem anos mais tarde, no auge da luta pelos Direitos Civis dos negros americanos, envolvendo um descendente desse sulista desiludido -- brilhantemente interpretado por Matthew McConaughey --, dando uma maior profundidade ao filme, e ajudando-nos ainda a compreender melhor a situação que se vive ainda hoje, neste campo, na América.




quinta-feira, julho 21, 2016

«Finding Dory»




À Procura de Nemo (2003) é um dos meus filmes preferidos da Pixar. Esta sequela, realizada também por Andrew Stanton, com Angus McLane, já não beneficia do efeito surpresa. Mas como a Pixar não faz maus filmes...


50 discos: 4. LITTLE GIRL BLUE (1958) - #3 «Little Girl Blue»


domingo, julho 17, 2016

a desfazer as figas

Para além das cumplicidades não assumidas, nem reveladas, enquanto não se sabia para que lado pendia o golpe na Turquia, nenhum país ocidental largou uma sílaba para defender Erdogan. Estávamos todos a fazer figas para que os militares triunfassem.

caderninho

Tout création d'art est une agréssion contre le goût et léducation des foules. - Florent Fels

sábado, julho 16, 2016

zapping

A situação estava de tal maneira, que, no meio do zapping, por vezes não sabia se estava a ver imagens de Nice ou Istambul...




quinta-feira, julho 14, 2016

Na língua dos olhos / só há nudez
Ana Hatherly

terça-feira, julho 12, 2016

Só estranha a atitude de Passos Coelho quem tenha a memória curta ou se faça de desentendido.

Já se esqueceram do chumbo do PEC IV, negociado com Merkel?; e do ultimato a Passos no PSD ('ou eleições no país ou no partido'), que nos atirou para os braços da troika? Já se esqueceram das mentiras e mentirolas em que é useiro e vezeiro? Então qual é a novidade? Estavam à espera de elevação?, de grandeza?, de patriotismo?, de sentido de estado? Não viram o mal disfarçado sorrisinho de satisfação da ex das Finanças, em face da iminência da aplicação das tais 'sanções' a Portugal?
Querem fazer-se de desentendidos, e de nós parvos.  Mas haverá sempre gente, desembaraçada dos tacticismos partidários e de pouca paciência para sonsos, que faça questão de lembrar aquilo que os aparelhos da direita e os mercenários das agências de comunicação gostariam que fosse confundido, baralhado, até já não se saber bem quem fez o quê. Isso era o que eles queriam.

50 discos: 31. FURA FURA (1979) - #3 «O Cabral Fugiu para Espanha»


segunda-feira, julho 11, 2016

Para não dizerem que não falei de flores.



Patrícia Mamona, medalha de ouro no triplo salto; Sara Moreira na meia maratona
Amesterdão 2016
fotos daqui


50 discos: 44. THE DREAMING (1982) - #3 «Pul Out The Pin»


foi bonito

Descontada a patrioteirice obscena (e obscenamente aproveitadora) dos me(r)dia em torno deste Europeu, não há que diminuir, antes pelo contrário, o grande feito desportivo da Selecção Nacional de Futebol. 
Uma Selecção maravilhosa, com gente de três continentes e grandes exemplos de profissionalismo, dedicação, desportivismo. Um exemplo esplêndido, e, por isso, muito justamente, atletas, técnicos e dirigentes receberão mais logo o grau de comendadores da Ordem do Mérito, em sinal do reconhecimento que o país lhes presta. É bonito 

sexta-feira, julho 08, 2016

é um fato que fica a matar a Durão Barroso,

o de presidente não-executivo -- 'chairman', escreve o Expresso em redondo (que orgulho, oh, que orgulho) --, além de 'consultor' e, quiçá (chi lo sai?) canalizador, com sorte motorista dos netos do accionista de referência da Goldman Sachs. 
Que orgulho, oh, que orgulho, 
Eu disse que o fato lhe fica a matar? É um facto. Mas, a propósito, terá de ir à Assembleia da República, explicar finalmente as provas de existência de armas de destruição maciça que parece que viu, o que só revela argúcia. Proponho, até, que ele preste mais um serviço à Humanidade, e seja ouvido em Haia. 

quinta-feira, julho 07, 2016

50 discos: 40. DISCIPLINE (1981) - #3 «Matte Kudasai»


devo ter lixado um javardo do trânsito, graças a deus

Não suporto gente incivilizada, em especial no trânsito. Por vezes fazem com que me torne um deles. Por norma, tento abstrair-me, passar adiante, afastar-me o mais possível dessa escumalha. Por vezes, não consigo -- ainda há semanas ia-me pegando com um tipo de tuk-tuk, que ocupava a estrada enquanto tratava da barganha com turistas.
Hoje, apanhei um acidente, pelo menos aparatoso, que ocupava duas vias e que, com carros de bombeiros e polícia, condicionava o trânsito. Fila muito curta, perfeitamente suportável; mas um anormal que ia atrás de mim, apitou, por duas vezes. Inacreditável javardo... O GNR deve ter pensado o mesmo, pois começou a perguntar aos condutores, à medida que íamos passando, se teríamos sido nós a apitar, ao que eu respondi de pronto: «Foi o gajo atrás de mim.»  E atrás de mim ficou, retido, e só espero que lhe tenham estragado o fim do dia.

quarta-feira, julho 06, 2016

Iraque: os inocentes têm de ser vingados

Aquilo que sempre soubemos sobre a invasão do Iraque sob falsos pretextos e os largos milhares de vidas humanas inocentes que se perderam, só é cada vez mais confirmado  pelo lento, porém inexorável, acumular das evidências e provas materiais  do crime inominável que foi cometido por bandidos que têm nome e prosseguem tranquilamente com as suas vidas: Bush (o pateta de serviço), Cheney e Rumsfield (as criaturas letais), Blair (o político sem escrúpulos), Aznar (palhaço ibérico) e Barroso (o anfitrião da Cimeira das Lajes, que a todos nos envergonha).
Este punhado de indivíduos, com responsabilidades diferentes, é certo, deveriam ser julgados em Tribunal Penal Internacional e todos condenados, com penas variáveis, evidentemente.
É claro que isso não vai acontecer: os americanos gozarão sempre de toda a impunidade que lhe será dada pelas instituições e os ibéricos gozarão também daquela impunidade que decorre da tendência, compreensível mas injusta, de não levantar ondas, de não mexer no lodo. Mas ele, o lodo, aí está, e continua. O chamado Daesh não é mais do que uma consequência.
Resta o Bliar, esse infame com as mãos sujas de sangue, tanto quanto as dos comparsas do lado de lá do Atlântico, mas que dificilmente seria o único a expiar a culpa num improvável julgamento internacional.
Resta, em nome da justiça e da memória de todos quantos morreram nessa monstruosidade engendrada sem vergonha diante dos olhos de todo o mundo, resta a esperança que este indivíduo seja levado a tribunal pelos próprios britânicos, vítimas e familiares cujas vidas foram usadas sem pudor nem piedade. Os inocentes, incluindo as vítimas iraquianas.

50 discos: 27. DARKNESS ON THE EDGE OF TOWN (1978) - #3 «Something In The Night»


domingo, julho 03, 2016

As possíveis sanções a decretar pela Comissão Europeia e o comportamento das lideranças políticas

Se esta situação absurda vier a verificar-se -- absurda, atendendo não apenas à concordância, e aplauso, que foi dada pela troika à acção do anterior governo, bem como às performances do governo actual, como tem sido dito e redito, encaminhando-se no sentido dos compromissos do país; ou se, contra o mais elementar bom senso político, os homens de mão do ministro das finanças da Alemanha enveredarem por esse caminho -- só há uma atitude digna a ser tomada pelos líderes políticos, do mais pequeno partido com representação parlamentar ao Presidente da República: uma resposta firme, determinada, inteligente e responsável -- isto é: sem o fogo de artifício retórico do Bloco nem o colaboracionismo do PSD e do CDS -- recorrendo ao que for necessário, dentro das instituições.
Será preciso verificar se Portugal fará jus aos seus 900 anos, e se os líderes políticos estarão à altura das circunstâncias, Cabe aos cidadãos a atenção a todos os comportamentos, para que fique registado -- do PR ao líder do PAN -- quem é patriota e quem se move apenas pelos interesses oportunistas do momento.

Em tempo: a Comissão Europeia faz politiquice, ao dar três semanas a Portugal e à Espanha para apresentar medidas que corrijam as contas públicas, a fim de serem evitadas as sanções. Não é oficial, mas é o que diz a Reuters.
A minha primeira interpretação: não haverá nenhumas sanções, e isto é uma habilidade pata a Comissão salvar a face, que aceitará uns números quaisquer que os dois governos lhe enviarem. Veremos.

música no bolso: SUGAR MAN (Rodriguez)




música no bolso: SEAGULL (Ride)




música no bolso: NIETZSCHE (The Dandy Warhols)




música no bolso: EMILIE (The Charlatans)




música no bolso: CONTROL (Desperate Journalist)




música no bolso: I SAW HER STANDING THERE (The Beatles)