Umas dúvidas, enquanto a situação não se torna mais clara e os russos decidem o que fazer: porque diabo quererá Saakashvili, o presidente georgiano, resolver o problema de separatismo da Ossétia do Sul à lei da bala? Como não deve ser atrasado mental, sabia que enfureceria os russos, em especial depois de a tropa da Geórgia matar uns quantos civis russófonos e pôr muitos mais em debandada. Achará que os EUA, por muito incapaz que seja o seu líder, vai comprar esta guerra?, ou que a Europa, pese embora a visita do truão Kouchner, fará o que seja para além da diplomacia?
Tudo isto cheira demasiado mal, e pode ser coincidência que Dick Cheney, o conhecido delinquente do Iraque, tenha advertido que a Rússia não pode ficar sem resposta; ou que o presidente da Ucrânia, Yuschenko, sem que alguém lhe perguntasse, tenha vindo deitar mais achas para a fogueira, ameaçando condicionar a armada russa em Sebastopol. Só que eu não acredito em coincidências, muito menos em política internacional.
De qualquer modo, Saakashvili tem a vida dificultada, para além de ver no céu aviões que o querem matar: os russos não o toleram, e os americanos -- se o líder georgiano acaso foi imprudente e embaraçoso para a sua estratégia na região, agindo de motu proprio -- rapidamente o atirarão borda fora.
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