Museu Nacional Soares dos Reis, Porto
domingo, agosto 31, 2008
sábado, agosto 30, 2008
sexta-feira, agosto 29, 2008
Caracteres móveis - Simone de Beauvoir
quinta-feira, agosto 28, 2008
caucasianas
I-na-cce-pta-ble, silabou Sarkozy a propósito da aceitação das declarações de "independência" da Ossétia do Sul e da Abcásia por parte da Rússia. Porquê i-na-cce-pta-ble, se há uns meses cometeram acção idêntica em relação ao Kosovo, convidando, aliás, a Rússia a fazer agora o mesmo?
Saakashvili é apenas tontinho e desafia a Rússia com tanques, ou não passa dum títere da Administração Bush, a quem esta deu corda para ver até onde ia a tolerância dos russos?
Até onde vai esta Administração esticar a corda com os russos?
A Rússia é isolável?
Os EUA dizem que a Rússia pôs a sua reputação internacional em risco. Qual reputação? A que resultou das guerras da Tcetchénia, com o beneplácito das chancelarias ocidentais?
A reputação dos EUA, granjeada por W. e os sinistros Cheney, Rumsfeld, é boa?
Condoleezza, que não é parva, é só oportunista?
A União Europeia serve para quê? Para o presidente em exercício silabar, com o ridículo da maior falta de vergonha i-na-cce-pta-ble?
quarta-feira, agosto 27, 2008
terça-feira, agosto 26, 2008
caderninho
segunda-feira, agosto 25, 2008
Antologia Improvável #326 - Casimiro de Brito
domingo, agosto 24, 2008
Ainda os Jogos
Para além do que já escrevi a propósito da abertura dos Jogos Olímpicos, aqui: apercebi-me da amabilidade, da cordialidade de anfitrião, da gentileza, do empenho em agradar, visível nos mais pequenos pormenores. Não esqueço, é claro, os atentados à liberdade de imprensa e de expressão, já esperados; mas neste momento de encerramento, apetece-me realçar essa atitude tão notória.
É claro que para os cínicos tudo não passou de uma gigantesca e bem montada operação de relações públicas. Mas eu não tenho pachorra para os cínicos -- pelo menos para outros que não eu, quando calha sê-lo...
sexta-feira, agosto 22, 2008
Figuras de estilo - Artur Queiroz
De vez em quando o exército de ocupação fazia incursões de inspecção ao kimbo. Grupos de soldados entravam de repente, pela calada da noite, punham toda a gente fora de suas cubatas e contavam um por um, como se fossem bois. Depois, o chefe dos soldados conferenciava à parte com o mais velho dos velhos e retiravam-se. Mas o sossego não mais voltava ao kimbo. Os cães ladravam que ladravam e as crianças, surpreendidas a meio do sono, passavam o resto da noite a chorar. Só o nascer do dia voltava a repor tudo no seu lugar.
Kapitupitu -- A Verdadeira Estória dum Anarquista Fuzilado
quinta-feira, agosto 21, 2008
imagens faxinantes*
(do filme de Leonel Vieira «A Selva», baseado no romance de Ferreira de Castro)
*depois de faxinar "as minhas imagens"
*depois de faxinar "as minhas imagens"
quarta-feira, agosto 20, 2008
terça-feira, agosto 19, 2008
caderninho
Um ditame da razão é o nome que damos a certas proposições que consideramos verdadeiras sem as investigar e de que estamos tão firmemente convictos que seríamos incapazes de seriamente as analisar, mesmo que quiséssemos fazê-lo, pois nesse caso teríamos de as considerar provisoriamente em dúvida. Damos tanto crédito a essas proposições porque, quando começámos a falar e a pensar, elas nos eram continuamente recitadas e assim foram implantadas em nós; de tal forma que o hábito de as pensarmos é tão antigo como o hábito de pensar enquanto tal, e já não conseguimos separar as duas coisas. Schopenhauer
«Aforismos» de Parerga e Paralipomena (tradução de Alexandra Tavares)
segunda-feira, agosto 18, 2008
Antologia Improvável #325 - Nuno Júdice (2)
BALANÇO
Que fica de quem passa? Um eco de mágoa
ao ouvido da tarde? Uma pausa de palavras
na frase do instante? Uma interrupção de passos
a caminho da porta? Um sal de sentimento
no coração da amada? A vida esfarelada
numa dissipação de rumos? Ou um peso
de esquecimento na sombra da memória?
Mas quem passa não pensa no que fica,
se os passos o levam para onde espera
ficar; e se o seu destino é a passagem,
onde ficar é sair de onde não chegou a
habitar, é o tempo que o obriga a não olhar
para onde não há-de voltar, mesmo que aí
tenha deixado o que pensou consigo levar.
Náufrago sem ilha nem barco, ou
marinheiro preso ao porto, é ele o seu próprio
fim, como se a cada momento não soubesse
que não é dele o que leva, e só é dele o
que perde, como se o não quisesse guardar,
para que chegue mais depressa, ao cair da noite,
a esse cais onde ninguém o irá esperar.
E repete, então, o que não devia fazer, para tudo
fazer de novo, como se tivesse de o fazer.
As Coisas mais Simples
Que fica de quem passa? Um eco de mágoa
ao ouvido da tarde? Uma pausa de palavras
na frase do instante? Uma interrupção de passos
a caminho da porta? Um sal de sentimento
no coração da amada? A vida esfarelada
numa dissipação de rumos? Ou um peso
de esquecimento na sombra da memória?
Mas quem passa não pensa no que fica,
se os passos o levam para onde espera
ficar; e se o seu destino é a passagem,
onde ficar é sair de onde não chegou a
habitar, é o tempo que o obriga a não olhar
para onde não há-de voltar, mesmo que aí
tenha deixado o que pensou consigo levar.
Náufrago sem ilha nem barco, ou
marinheiro preso ao porto, é ele o seu próprio
fim, como se a cada momento não soubesse
que não é dele o que leva, e só é dele o
que perde, como se o não quisesse guardar,
para que chegue mais depressa, ao cair da noite,
a esse cais onde ninguém o irá esperar.
E repete, então, o que não devia fazer, para tudo
fazer de novo, como se tivesse de o fazer.
As Coisas mais Simples
domingo, agosto 17, 2008
sábado, agosto 16, 2008
sexta-feira, agosto 15, 2008
Caracteres móveis - Flaubert
Um dia foram à missa e voltaram lá mais vezes. Era uma distracção ao fim da semana. O conde e a condessa de Faverges cumprimentaram-nos de longe, o que foi notado. O juiz de paz disse-lhes, piscando o olho: -- Perfeito! Aprovo-os. -- Todas as burguesas passaram a mandar-lhes o folar.
Bouvard e Pécuchet
(tradução de Pedro Tamen)
quinta-feira, agosto 14, 2008
caderninho
quarta-feira, agosto 13, 2008
Antologia Improvável #324 - Daniel Jonas
Eu queria que tu viesses, mas não vens.
Como Milton p'ra Wordsworth, Portugal
Precisa de ti, estamos sós, o mal
Já grassa, é lama. Queria, mas não vens.
Um mundo de desgraças te reclama,
Paquetes, cais, arcádias, reis, armentos,
Ofélias andam loucas em conventos,
Camões (quem é Camões?), nem mesmo o Gama!
É hora! Onde estás? Que te detém?
Um sono, uma modorra? Quem te amarra?
Pior país não houve, jaz aqui,
Solo nem é, é sola de Bandarra.
Como Milton p'ra Wordsworth, Portugal
Precisa de ti, estamos sós, o mal
Já grassa, é lama. Queria, mas não vens.
Um mundo de desgraças te reclama,
Paquetes, cais, arcádias, reis, armentos,
Ofélias andam loucas em conventos,
Camões (quem é Camões?), nem mesmo o Gama!
É hora! Onde estás? Que te detém?
Um sono, uma modorra? Quem te amarra?
Pior país não houve, jaz aqui,
Solo nem é, é sola de Bandarra.
Vem, salva-nos, dos quintos vem!
Ou um Consolador manda por ti.
Sonótono
terça-feira, agosto 12, 2008
Figuras de estilo - Mário de Carvalho
Quando rebentaram as primeiras granadas, numa mistura de terra e de luz, o capitão empertigou-se e seguiu pelo terreiro, devagar. Caminhava excessivamente teso, com movimentos rígidos como os bêbados quando querem disfarçar a embriaguês. Manteve sempre as mãos atrás das costas, durante o percurso, que não foi pequeno. Sabia que os homens o observavam das seteiras dos abrigos e dispôs-se a morrer pela sua imagem.
Era uma Vez um Alferes
A Ossétia tresanda a esturro
Umas dúvidas, enquanto a situação não se torna mais clara e os russos decidem o que fazer: porque diabo quererá Saakashvili, o presidente georgiano, resolver o problema de separatismo da Ossétia do Sul à lei da bala? Como não deve ser atrasado mental, sabia que enfureceria os russos, em especial depois de a tropa da Geórgia matar uns quantos civis russófonos e pôr muitos mais em debandada. Achará que os EUA, por muito incapaz que seja o seu líder, vai comprar esta guerra?, ou que a Europa, pese embora a visita do truão Kouchner, fará o que seja para além da diplomacia?
Tudo isto cheira demasiado mal, e pode ser coincidência que Dick Cheney, o conhecido delinquente do Iraque, tenha advertido que a Rússia não pode ficar sem resposta; ou que o presidente da Ucrânia, Yuschenko, sem que alguém lhe perguntasse, tenha vindo deitar mais achas para a fogueira, ameaçando condicionar a armada russa em Sebastopol. Só que eu não acredito em coincidências, muito menos em política internacional.
De qualquer modo, Saakashvili tem a vida dificultada, para além de ver no céu aviões que o querem matar: os russos não o toleram, e os americanos -- se o líder georgiano acaso foi imprudente e embaraçoso para a sua estratégia na região, agindo de motu proprio -- rapidamente o atirarão borda fora.
segunda-feira, agosto 11, 2008
homenagens a Nicot
E, já agora, sem nós, também, pois foi daqui que ele levou o tabaco para a corte francesa.
(Nova série em perspectiva...:)
caderninho
domingo, agosto 10, 2008
Antologia Improvável #323 - João Luís Barreto Guimarães
UM NOME
O nome que tu transportas é o nome
onde és tudo. O nome: és
tu que o és. Em teu nome
tu és tu. É
um nome que te leva com
o seu número de letras
a certa altura maior do que o simples
nome em ti. Significa-o mais
significa: justiça
(dignifica-se a si mesmo) um tal nome
significa-te. Porque esse teu curto nome foi
um nome que cresceu
para continuares a ser nele
para seguir sendo
o teu.
Luz Última
O nome que tu transportas é o nome
onde és tudo. O nome: és
tu que o és. Em teu nome
tu és tu. É
um nome que te leva com
o seu número de letras
a certa altura maior do que o simples
nome em ti. Significa-o mais
significa: justiça
(dignifica-se a si mesmo) um tal nome
significa-te. Porque esse teu curto nome foi
um nome que cresceu
para continuares a ser nele
para seguir sendo
o teu.
Luz Última
sábado, agosto 09, 2008
China: a volta por cima
Pesem todas as reservas que nos suscita o regime chinês -- conseguindo a proeza, por um lado, de concentrar o pior do totalitarismo, no que respeita a uma sociedade policiada e opressiva e o capitalismo mais selvagem, por outro (e não me repetindo sobre a questão do Tibete) --, há dados que devem ser ponderados: desde logo, depois da brilhante inauguração das Olimpíadas, a convicção de que esta civilização milenar, contemporânea dos berços mesopotâmico, egípcio e grego pré-clássico da nossa, está cheia de futuro; e quem se nos apresenta desta forma tão pujante não pondera a possibilidade de estagnação. Ora isto quererá dizer que a China contemporânea será progressivamente menos consentânea com a ausência de liberdade que uma população cada vez mais informada e exigente tenderá a rejeitar.
É também muito significativo que este velho país, humilhado nos últimos dois séculos pelas potências imperialistas ocidentais e pelo Japão, e tendo sofrido a vesânia dos desmandos maoistas, dê esta volta por cima -- e por cima do estádio, como o fez o antigo campeão olímpico na tarde passada, para todos vermos...
sexta-feira, agosto 08, 2008
quinta-feira, agosto 07, 2008
Figuras de estilo - Agustina Bessa Luís
Ela possuía o snobismo da rudeza, não tentou jamais demonstrar cultura ou preferir certas elegâncias volúveis que faziam moda, e não falava melhor do que os caseiros com quem privara desde pequena. Havia nela, porém, um gosto inato de nobreza que a fazia distinta entre todas as mulheres. «Tem virtudes de homem» -- dizia o fidalgo de Lago, muito velho já, e que a admirava sem excluir aversão por ela.
A Sibila
quarta-feira, agosto 06, 2008
caderninho
A doença é um impedimento para o corpo, mas não para a vontade, a não ser que esta o consinta. O coxear é um impedimento para a perna, mas não para a vontade. E isto, di-lo acerca de tudo o que te acontecer: compreenderás então que constitui impedimento para qualquer coisa, mas não para ti. Epicteto
A Arte de Viver (tradução de Carlos A. Martins de Jesus)
terça-feira, agosto 05, 2008
Antologia Improvável #322 - Manuel Alegre (3)
segunda-feira, agosto 04, 2008
Soljenítsin
A leitura que fiz, na adolescência, de O Arquipélago de Gulag, de Alexander Soljenítsin, ontem falecido -- um livro espantoso, também sobre o absurdo; uma espécie de Animal Farm com personagens reais, entre outras coisas --, vacinou-me contra qualquer possibilidade de contágio de fascínio, adesão ou apelo pelos sistemas totalitários de esquerda que eventualmente pudesse vir a sofrer.
Que mais se pode esperar de um livro?
domingo, agosto 03, 2008
Caracteres móveis - Shakespeare
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