terça-feira, janeiro 07, 2020

os bárbaros

Sem abordar a questão do Médio Oriente, que tem de ser vista à luz de um secular mosaico pluriétnico, registo: se o general iraniano  Qasem Soleimani não estava no Iraque propriamente em missão de Boas Festas -- e com isto não faço nenhum juízo de valor --, e que, portanto, é uma baixa de guerra, onde se dá e leva, a circunstância de o idiota do Trump ter ameaçado o património histórico do Irão, é revelador de que, apesar de nos Estados Unidos se situarem algumas das melhores universidades do mundo com a respectiva massa crítica, a verdade é que praticamente tudo o que o antiamericanismo mais larvar deita cá para fora não anda longe da verdade. Sim há um Wilson e um Rossevelt, um Walt Whitman e um Mark Twain, mas são enfeites; o focinho da América é mesmo a cara do actual presidente (e já agora do seu secretário de estado) -- e nisso muito mais verdadeiro do que aquela figura de vitelo desmamado do Clinton ou de um porventura equívoco chamado Obama.  

23 comentários:

Jaime Santos disse...

A América comporta-se como se comportam as potências imperalistas e esse imperialismo não é de hoje. Trump reflecte a sua faceta mais boçal, com o seu racismo larvar, o seu desprezo pelo saber e pela cultura e o gosto pela fanfarronada e pelo machismo.

Mas em que é que isto é assim tão diferente de um Putin que atribui o aquecimento global a algum 'acontecimento no Universo' (a Rússia pode ser uma das principais vítimas do fenómeno) ou a PM australiano que se recusa a aceitar o óbvio enquanto o País arde à sua volta? Trump só difere no grau destes senhores, não na substância.

Somos governados por gente rude e perigosa, é o que é... O meu caro disse um dia que Trump era uma incógnita. Eu acho que não era incógnita nenhuma, o que faz poderia perfeitamente ter sido previsto do seu programa e da sua conduta enquanto homem de negócios corrupto de Nova Iorque...

R. disse...

Para além da boçalidade, digamos que mesmo assim, ainda não tem um cadastro tão grande como alguns dos seus antecessores -- não que isso o desculpe...
No entanto, reservo-me para os próximos acontecimentos, que ainda ninguém ainda sabe quais serão, nem os próprios...

sincera-mente disse...

Lapidar.
Chapeau!

R. disse...

Merci, cher ami!

Jaime Santos disse...

Sim, não tem o cadastro, desde logo porque não tem o pretexto e porque os seus antecessores já queimaram os dedos o suficiente para o povo americano voltar a alinhar noutra guerra como a da 2003.

Mas convém lembrar que o apoio americano à intervenção saudita no Iémen, assim como o abandono dos Curdos e a denúncia do acordo nuclear com o Irão, pacientemente negociado por Obama, a que se segue todo este bullying de parte a parte, mostram bem a fibra de que Trump é feito...

O isolacionismo de Trump é só isso mesmo, não é um não-intervencionismo. Trump pode defender a retirada de tropas de teatros continentais (e exigir que outros intervenham por ele e lhe comprem as armas no processo), mas continua a investir fortemente numa América potência naval, sonhando inclusive com a militarização do espaço.

Leiam-lhe o programa e as declarações que tem feito sobre política internacional. O homem é um fanfarrão, mas é consistente no que diz...

R. disse...

Principalmente porque o mesmo povo foi bem manipulado. Mas não havendo pretexto, eles arranjam um, podemos ficar descansados. Pode também juntar a política em relação à Palestina. Haverá consistência no 'America great again' como potência militar, mas com uma política errática que tanto afasta o Mad Dog Mathis como o Bolton, o primeiro avisado, apesar da alcunha, o outro destravado.
Felizmente ainda há a Rússia, a única potência militar que lhe consegue pôr travão.

Jaime Santos disse...

De notar que aparentemente o Irão e a Arábia Saudita tinham iniciado negociações discretas que envolveriam o próprio Soleimani, com vista à resolução do problema do Iémen.

O próprio regime iraniano estaria sob pressão interna do povo, cansado de guerras e sanções. Isto poderia levar a uma distensão regional. Agora, os restantes aliados retiraram do Iraque, os soldados americanos são obrigados a preocupar-se com a sua segurança e a baixar a guarda em relação ao Daesh e a contestação ao regime iraniano vai emudecer certamente. Lindo serviço!

Mas não sei se a política de Trump é tão errática assim. Há, claro, a tentativa de ganhos de curto prazo com um show-off bélico (neste caso), em que ele procura sobretudo desviar as atenções do seu processo de impeachment, ou negocial (no caso da Coreia do Norte em que o Kim se revelou bem mais esperto do que Trump, ainda não se moveu um milímetro), mas os alvos principais, Irão e China, continuam na mira e os principais aliados, gente muito pouco recomendável, como os sauditas ou Bibi, são consistentemente apoiados.

A confrontação com o Irão e a política em relação à Palestina de que fala são claramente fretes a Israel, Estado a quem a Paz na região não interessa de todo, já que duas das condições para ela seriam a resolução do problema palestiniano e o desmantelamento do arsenal nuclear israelita.

Enquanto o Mundo se ocupa com o Iraque e o Irão, os falcões israelitas podem continuar calmamente com a ocupação e têm certamente como objectivo final a expulsão de todos os palestinianos e o estabelecimento do Grande Israel.

E Trump e a Extrema-Direita evangélica americana irão certamente apoiá-los.

Mathis e talvez mesmo Bolton devem ter considerado que os riscos corridos por Trump eram demasiados. Depois, pelo menos o primeiro considerará que os interesses desses falcões podem bem não ser os dos EUA (e de Israel, já agora)...

Trump dá-se bem com a ideia de deixar o Médio Oriente entregue às potências regionais, Turquia, Rússia, Arábia Saudita e Israel, desde que o Irão saia da equação...

Não acho nada que veja a Rússia como um adversário nesta região, Rússia que tem estado notavelmente calada em todo este processo. Putin poderia ter dito que se colocaria do lado do Irão se este fosse atacado pelos EUA como ameaçou Trump e não o fez. Porquê?

R. disse...

Entretanto, o regime, em dificuldades, está a ser contestado na rua.

Em relação ao Mathis, a ideia que tenho, talvez superficial, é que sendo um militar de carreira, será mais cauto. Foi aliás a ideia que fiquei quando saiu, e de cujos contornos já não me recordo. (Isto anda tudo a uma velocidade diabólica).

Quanto ao Médio Oriente, eles bem querem sair, mas não conseguem, enquanto o petóleo for o que é.

J+a vi que o meu caro é dos que colocam a Rússia como potência regional. Terá pés de barro do ponto de vista económico? Provavelmente, não estou por dentro. Do ponto de vista militar, pese embora a superioridade americana, a Rússia é o único país que os americanos sabem que o confronto militar é uma impossibilidade -- embora algumas cabeças no Pentágono, durante a Guerra Fria julgassem que podiam ter um conflito nuclear limitado em solo europeu,
Mas também acho que a Rússia é mais aliado que inimigo por aqui.

Jaime Santos disse...

A Rússia tem uma economia do tamanho da Itália, não pode aspirar por enquanto a ser uma potência global como os EUA ou a China.

Putin e o seu Governo têm feito esforços meritórios no sentido de melhorar a situação económica (aumento da produção agrícola, apoio à investigação científica e tecnológica, do pouco que sei ou li), mas a Rússia ainda se debate com uma crise demográfica herdada do colapso da URSS e dos disparates criminosos de Yeltsin e de sus muchachos neoliberais (Chubais et al), mesmo se a natalidade tem recuperado (cito de memória).

Concordo que Putin é um nacionalista que procura defender os interesses da Rússia, embora desconfie que ele não se interessa muito pelo bem-estar dos habitantes da Rússia, russos incluídos. Mas é certamente muito melhor que os predecessores e compreendo por que é popular.

Julgo que faz uma gestão inteligente dos recursos militares de que dispõe, até porque sabe que também foi a competição com os EUA nessa matéria que liquidou a URSS, procurando para já manter ou mesmo expandir a tradicional área de influência russa.

Por isso, considerar a Rússia como potência regional não é um demérito para os russos ou para Putin, pelo contrário. Se os americanos querem ir partir os dentes e gastar milhares de milhões em guerras alheias, é lá com eles, pensará o Presidente russo, que consegue fazer as coisas de forma bem mais barata (geograficamente, a Rússia está próxima das regiões onde intervém, daí o epíteto de regional).

Claro, como antigo KGB, procede como aprendeu e procura desestabilizar vizinhos e adversários o que torna a Rússia uma ameaça, mas isso é outra questão, até porque o Ocidente não é exactamente santo nesta matéria.

Finalmente, claro que os EUA sabem que o arsenal nuclear russo e a supremacia russa em algumas áreas, como a das armas hipersónicas (dizem os russos, o que pode ser bluff ou não), impedem um conflito directo que poderia degenerar numa guerra nuclear global.

Agora, a Rússia é um aliado de Trump e até não se importará de o ajudar a ser reeleito, já que um Democrata como Biden terá claramente uma postura mais agressiva para com a Rússia.

Trump aprecia o modelo oligárquico russo e desejaria emulá-lo nos EUA. Muito embora a América seja uma plutocracia, as instituições ainda dispõem de um poder que não existe de todo na Rússia em que todos estão subordinados ao autocrata do momento...

Não estou com isto a dizer que Putin se veja como um czar, estou a dizer que a tradição e a natureza do poder russo são o que são...

R. disse...

Meu caro, totalmente de acordo, pelo pouco que julgo saber. É importante que os plutocratas e o complexo militar-industrial tenham medo. Só por si já é garantia de algum sossego. Quanto à economia, a questão será mais com os chineses, e não só.

Jaime Santos disse...

Não haverá sossego e a razão não tem que ver com o risco de uma guerra regional se tornar global (embora este continue a existir) e sim com o problema do aquecimento global.

Trump, Putin e o PM australiano defendem os interesses do capitalismo de primeira e segunda geração (carvão e gás e petróleo) e essa é a principal razão porque negam que este fenómeno se deva às emissões humanas de CO2. O que a Europa e a China possam fazer não será suficiente para controlar o aumento de temperatura global, pelo que seria necessário que esses povos rapidamente mudassem de líderes (e de políticas, sobretudo).

A Rússia não tem remédio senão continuar a vender petróleo e gás, mas os EUA e a Austrália poderiam perfeitamente ter outras políticas...

R. disse...

Eles negam essencialmente pelos seus interesses de curto prazo, creio eu, mas, mudando de assunto, faz-me espécie a forma inquinada como o debate decorre, recuando àquele triste episódio da Universidade do Porto. Muito pouco espírito científico nesse diálogo, ao que me parece.

Jaime Santos disse...

Claro, o seu modelo económico de curto prazo está em causa...

Mas meu caro, a sério, não há discussão quando noventa e tal por cento da comunidade científica se pôs de acordo sobre um fenómeno que foi descoberto por Svante Arrhenuis no final do século XIX.

O CO2 absorve e emite luz numa banda do infravermelho, impedindo que esta regresse ao espaço interplanetário o que leva a um aumento de temperatura. Exactamente como o vidro da sua janela ou de uma estufa impede a dita radiação (calor radiante) de regressar ao exterior, daí o nome.

A presença de CO2 em pequenas quantidades na atmosfera é benéfica aliás, de outro modo gelaríamos todos... Mas o aumento da concentração deste gás verificado está de acordo com as estimativas do CO2 produzido pelos seres humanos. É a velha Lei de Lavoisier a funcionar...

E o facto da água também ser um gás de efeito de estufa como argumentam alguns é irrelevante, o ciclo do carbono é muito mais longo. Se deixássemos de emitir agora, continuaríamos com problemas durante muito tempo.

A incerteza a existir está nos modelos climáticos (o tempo e o clima são muito difíceis de simular) e as pessoas respeitáveis como o Freeman Dyson, que está muito, muito velho, só se limitaram a colocar dúvidas relativamente a esses modelos.

E não é um Prémio Nobel obtido numa área não conexa a este tema que torna a opinião de alguém válida por si só, tal como o meu Doutoramento em Física não me habilita a falar dos aspectos técnicos do acordo ortográfico, por exemplo.

É evidente que uma tentativa de censura é sempre de lamentar, mas também o é a atitude preguiçosa da imprensa quando procura transmitir a ideia de falsa simetria entre posições.

Prepare-se pois para muito pior do que sucedeu na Austrália. Eu compreendo que o pessimismo possa assustar as pessoas e até levá-las à inacção, mas ou mudamos seriamente os nossos hábitos ou poderemos não ser capazes de suster os actuais níveis de população terrestre, o que quer dizer que muitas pessoas irão morrer num futuro próximo, especialmente nos países pobres.

Não me espantaria que muitas das crises migratórias actuais se devam a fenómenos climáticos locais em que o aquecimento global tem tido um papel relevante. Leia o 'Colapso' do Jared Diamond e ficará a perceber que muitas civilizações falharam quando foram incapazes de reagir a pressões ambientais... Não é a nossa tecnologia que nos torna tão diferentes deles...

R. disse...

Meu caro, agradeço o comentário. Tentarei comentar o pouco que me é possível as suas observações pertinentes. Agora não, para não sofrer um avc :)
Abraço

Jaime Santos disse...

Com certeza, quando quiser. Abraço...

R. disse...

Meu caro, não vou discutir nada porque sou totalmente inabilitado para fazê-lo.

Só algumas observações: o efeito estufa parece-me ser um dado adquirido, tal como a entrada da poluição a níveis alarmantes no nosso ciclo vital; também é inquestionável que à escala dos 4500 milhões de anos do planeta, esta conheceu vários momentos de aquecimento e arrefecimento; inclusive, tanto quanto julgo saber variações mínimas de décadas, que não são nada para o planeta mas bastante à escala humana (aquelas mini-idades do gelo de que se fala, e de acordo com um estudo de uma universidade escocesa, haverá possibilidade d enfrentar outra daqui a não muito tempo, se quiser posso tentar encontrar). Mas serão fenómenos paralelos de diferente envergadura.
O que me encanita é aquilo que você sabe, a atitude de matilha, a perseguição e a desqualificação. E não acho nada que os merdia façam equivaL~encias; lembro-me do caso da Universidade do Porto, há meses, o que foi de comentários.

Jaime Santos disse...

A mudança de temperaturas entre glaciações e idades mais quentes tem lugar à escala dos milénios, meu caro. Estamos a fazer uma experiência não controlada com o nosso meio-ambiente à escala de décadas. O clima, os oceanos e os ecossistemas não têm tempo de se adaptar.

As mini-idades de gelo derivam, penso eu (também não sou um especialista, mas não tenho pretensões de convencer ninguém ou responsabilidades políticas ou outras), de fenómenos perfeitamente contingentes, como um período de baixa atividade solar e atividade vulcânica elevada, durante o chamado Maunder minimum, por exemplo (https://en.wikipedia.org/wiki/Maunder_Minimum).

Mais recentemente, a erupção do Pinatubo provocou uma pequena baixa da temperatura média global, se bem me recordo.

Se estamos à espera que algo assim nos salve, bem, estamos a confiar demasiado na sorte.

E o bullying sobre os cientistas climáticos por parte dos lobbies conservadores é bastante pior do que a 'atitude de matilha' de que fala, com franqueza.

É um pouco como alguém queixar-se do 'politicamente correto' (que é essencialmente impotente) e ignorar a vileza e o racismo que permeiam as redes sociais. São os poderosos que se comportam da pior maneira, como de costume.

R. disse...

Nem tenho argumentos...

Quanto ao bullying, há uma diferença apesar de tudo: esses estão identificados, quanto aos outros, há uma pressão difusa e tentacular, mais eficaz, parece-me, até porque não acarreta riscos: à partida eles já estão classificados, ou vendidos ou selenitas ou gagás.

Jaime Santos disse...

Relativamente ao ser-se velho, lamento mas interessa. A velhice pode trazer sabedoria, mas também enquista posições e leva ao conservadorismo (temos tendência a pensar como pensávamos e os tempos mudam). Freeman Dyson, de que falei, é um génio, mas mantém uma postura desenvolvimentista, fruto do período em que esteve ativo.

Esteve envolvido, por exemplo, num projeto de lançamento de naves gigantescas movidas a explosões nucleares. O tratado que pôs fim aos testes nucleares atmosféricos (e que proibiu detonações no espaço) também pôs fim a esse projeto... Ver https://en.wikipedia.org/wiki/Project_Orion_(nuclear_propulsion).

Goste-se ou não, a postura ecologista ou o recurso a argumentos prudenciais denotam posições conservadoras (no sentido do conservadorismo de um Ribeiro Telles, se quiser).

O argumento dos céticos sérios relativamente às consequências do aquecimento global (porque ninguém sério nega que existe e que tem sobretudo origem antropogénica) é que como não temos certezas relativamente à evolução futura das temperaturas, mais vale não desperdiçar o potencial desenvolvimento e depois mitigar eventuais consequências. São otimistas, se quiser.

O argumento do resto da comunidade científica é exatamente o mesmo, mas a conclusão final é a oposta. Os seres humanos têm uma notória capacidade para o disparate e para não fazer nada à posteriori (até porque não sabemos se tecnologias de mitigação, incluindo a reflorestação, são viáveis), logo, como há muitas incertezas, mais vale ser-se prudente...

Eu acho que têm razão, mas eu sou um eterno pessimista...

R. disse...

Partilho da ideia de prudência, por várias razões, até por conservadorismo... Mas que o debate está miseravelmente inquinado, está. Quanto à velhice, não seria tão absoluto; está aí o Attenborough a demonstrar o contrário.

Jaime Santos disse...

Sim, mas o Attenborough não mudou de posição, teve apenas que expressar a sua de forma mais afirmativa (acho que foi criticado por não o fazer, inclusive, não me lembro bem).

E não quero dizer que a velhice faça com que as pessoas sejam sempre ultrapassadas. O mestre Cargaleiro tem noventa e tal anos e continua fresco como uma alface a fazer o seu trabalho, recentemente foi inaugurada uma estação de metro em Paris com a sua obra, por exemplo :-) .

Digo apenas que mesmo os melhores se tornam menos capazes de mudar a sua maneira de pensar...

Conhecendo eu razoavelmente a tecnologia, não acredito de todo no seu valor salvífico. Não porque não tenha conduzido a avanços consideráveis e positivos, mas se por um lado há também consequências negativas sempre, por outro lado raramente esses avanços correspondem exactamente àquilo que é previsto e/ou desejado...

O que implica recorrer à política e tomar medidas que provavelmente prejudicarão alguns (falo neste caso no apenas dos magnatas, mas das nações que exportam petróleo, gás e carvão e de todos os que trabalham nessas indústrias e conexas). E é aí que o debate enquina, claro.

Toda a gente é a favor da Ciência e da Tecnologia quando as notícias são boas. Mas quando não são...

R. disse...

O recurso à política que advoga, idealmente, creio eu, não no pode deixar tranquilos; portanto, só nos resta fazer figas e algum barulho.

Jaime Santos disse...

Sem dúvida, sem muita contestação cidadã (que é um ato político, talvez o mais central de todos depois do voto), isto não vai lá...