Convenientemente condenado a nove anos e meio de cadeia, depois da ópera-bufa que foi o afastamento de Dilma da presidência, provavelmente por não ser gatuna. Deixemos agora esse fétido festival da plutocracia brasileira em acção. Se o Lula apanha nove anos e meio, o Temer certamente será condenado a perpétua, com trabalhos forçados; e sua excelência o Cunha bandido, arrisca-se à forca. Isto para não falar no energúmeno do Collor, tão ladrão que até o sistema teve de correr com ele: após os nove anos e meio, o mínimo aceitável seria a reabertura do processo, e talvez uma condenação à fogueira, como nos velhos tempos. (Ah, não pode ser... já não há inquisição, e a igreja deixou de caçar bruxas e judeus para tocaiar meninos.)
P.S. - Não acompanho a política brasileira de perto, não tenho opinião sobre o juiz Moro. Só não gostei da chicoespertice do Carlos Carreiras, presidente da câmara da minha terra (e terra dos meus antepassados, já agora) -- ou de quem lhe fez o frete -- quando usou as Conferências do Estoril para juntar juízes de grande gabarito, como Antonio Di Pietro e Baltasar Garzón, com Carlos Alexandre e Sérgio Moro, ambos no centro de um furacão jurídico-político-mediático, com todas as interrogações que têm levantado.
Em tempo. Há, logo à partida, uma diferença qualitativa entre Lula e Dilma e os outros: aqueles foram resistentes (palavra que não diz nada aos patetas); tiveram perseguição, prisão e tortura. Têm , por isso, uma dimensão que não está ao alcance dessas porcarias engravatas que por aí mexem.
Em tempo. Há, logo à partida, uma diferença qualitativa entre Lula e Dilma e os outros: aqueles foram resistentes (palavra que não diz nada aos patetas); tiveram perseguição, prisão e tortura. Têm , por isso, uma dimensão que não está ao alcance dessas porcarias engravatas que por aí mexem.
4 comentários:
O Ricardo está a cair na falácia da imputabilidade moral da vítima ou do resistente. Claro que a dimensão humana de Lula ou Dilma ultrapassa em muito a dos horrendos Temer e Cunha, mas em justiça penal não julgamos pessoas e sim atos por elas cometidos. Nesse sentido, se qualquer um deles tiver cometido uma ilegalidade, deve pagar por ela. A tragédia brasileira e do PT, que entregou o poder à Direita, quiçá por muitos anos, é de um Partido de resistentes se ter tornado igual aos Partidos dos algozes...
Não, meu caro. estou a ser parcial, e desconfiado -- e até um pouco egoísta, ao não querer admitir tal crime por parte do Lula, com muito mais responsabilidades éticas do que os outros gajos. Para já, até para meu próprio conforto, quero acreditar numa conspiração, ciente de que não há anjos, e que à sombra do Lula muita vigarice se cometeu. Mas não seria o primeiro estadista com que tal se tenha passado.
E, apesar de tudo, parece-me haver muita gente boa no PT, como no próprio PMDB, como verifiquei no circo do impicha...
Penso exatamente da mesma maneira. Por que raio haverá alguém que sacrificou porventura o conforto de uma vida boa e teve a coragem de arriscar a vida por um ideal e pela Liberdade, sobretudo a dos outros, se deixar agora corromper por uns tostões? E do outro lado, temos aqueles que nunca conheceram nada senão o poder pelo poder. Só que, alas, a vida não é assim, e os primeiros são mesmo capazes dos maiores atos de coragem e também das maiores sacanices... Acredito em heróis, mas não acredito de todo em anjos... O poder corrompe mesmo e porque o poder absoluto corrompe absolutamente é que criamos essa coisa fantástica do Governo limitado e das Leis. A CRP diz isso de forma muito clara, a soberania reside no Povo que ainda assim a exerce sujeito à Lei...
Sim, o poder corrompe e são poucos os que resistem às suas seduções. Mas, quanto ao Lula, para já, quero manter-me na minha.
Enviar um comentário