Um aspecto positivo da campanha de Macron foi o da defesa da União Europeia, sem vacilações, numa altura em que ser contra ela dá assinaláveis dividendos políticos. Positivo, porque o simples bom senso e a elementar racionalidade evidenciam que não há qualquer alternativa sensata e racional, para quem não for nacionalista, xenófobo ou albanês (corrente hoxista), mesmo com a crise profunda que a UE atravessa.
É claro que esta assunção elementar de racionalidade política de pouco servirá se Macron se limitar a seguir os passos dos antecessores. Se, pelo contrário, quiser salvar a União, tem todas as condições políticas para se impor à Alemanha e respectivos satélites, condições que decorrem da autoridade moral com que soube defender o projecto europeu dos ataques da extrema-direita, e mesmo da tendência hoxizante de alguma esquerda. A aparição pública diante dos apoiantes junto da Pirâmide do Louvre ao som do Hino à Alegria coroa, pelo simbolismo, essa linha europeísta e dá-lhe ainda mais força para defrontar, dentro da UE, aqueles que por cegueira, egoísmo ou inépcia a conduziram a um beco sem saída. Força, tem-na; é só querer e saber usá-la. Se o fará, veremos.
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