O inquérito a Sócrates publicado pela Sábado é épico. Aquela assertividade não só o favorece aos olhos dos leitores, como incomoda o tipo de perguntas imprecisas que lhe são feitas. É kafkiano. As questões com o primo, então, são de bradar aos céus e fariam rir se não fosse trágico (têm aqui razão aqueles que criticam Sócrates por, no governo, não ter sido sensível -- ou nem ter pensado nisso -- ao que se sujeita um arguido nas mãos da máquina judicio-burocrática). Acrescente-se isto às fugas de informação orientadas e ao timing político, desastroso sob qualquer ponto de vista. Pelo meio, Sócrates ainda pôs na ordem um coiso que coadjuvava, que julgou poder ser malcriado ou grosseiro, nas referências à antiga namorada.
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2 comentários:
Saliento o detalhe negativo de haver tantas fugas de informação e do seu sentido de oportunidade político: para os adversários de Sócrates, há enorme conveniência em toda esta novela. De resto, o meu amigo RAA deve saber que não sou propriamente fã deste ex-primeiro-ministro, no entanto era correto que a imprensa tivesse uma atitude mais silenciosa, seguisse o que, no meu ponto de vista, seria um código de conduta mais decente. A Justiça não se cumpre sob a pressão dos holofotes. Abraço
Grande abraço, meu caro Dalaiama!
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