És selectivo. Não vais ao cheiro da cadela com cio, nem integras a matilha. Não necessariamente pela cadela, a quem possivelmente cobririas de bom grado, mas pela repugnância da matilha descomposta, impudica, desbragada e parola, cuja incompostura, impudicícia, desbragamento e falta de maneiras se oferece ao asco de certos transeuntes, como tu, adepto dos vícios privados e das privadas virtudes.
sexta-feira, fevereiro 28, 2014
quarta-feira, fevereiro 26, 2014
terça-feira, fevereiro 25, 2014
lírico...
És um lírico (para não dizer ingénuo, ou pateta). Nunca chegarás a compreender como alguém que se deu ao estudo da medicina e à especialização nesta ou naquela patalogia, se suja por mais uns cobres ou com o aceno de viagenzitas pagas a destinos exóticos. É preciso ser-se muito pobre de espírito e moralmente muito miserável.
segunda-feira, fevereiro 24, 2014
antiquado
És antiquado. Tens saudades dos dois canais da RTP, e, quase, da televisão a preto e branco.
fino
És fino. Leste a entrevista de João de Melo ao Sol, e concluíste que há peças que valem por um jornal inteiro.
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João de Melo
P&R - João de Melo
Marcou-o muito? Foi a pior experiência da minha vida. Mais cruel que todas as outras, do que a infância descalça, do que a experiência traumática do seminário. A guerra é a guerra. Só quem a viveu pode saber o absoluto horror que é. Ninguém volta na mesma. Há a célebre frase, creio que do René Char, de que há guerra que não terminam nunca. Foi o meu caso. Ajudou-me o ter escrito sobre ela, fiz a catarse dessa guerra tremenda, violenta, assassina, que me foi oferecida em África. Mas durante muito tempo tive pesadelos com o regresso. Agora já não.
Entrevista a Rita Silva Freire, Sol / Tabu #390, 21.II.2014.
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subPoliteama
Mesmo que me apetecesse e tivesse alguma utilidade, por um princípio de higiene, não escreveria uma linha sobre aquele espectáculo subPoliteama que ocorreu este fim-de-semana no Coliseu. O grau abaixo de zero da política.
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domingo, fevereiro 23, 2014
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
2 ou 3 epígrafes
Rui Knopfli «Tenho só este exíguo e perplexo / pecúlio de palavras à beira do silêncio.» (em Na Orla da Tinta, de Fernando Jorge Fabião.)
Manoel de Barros «Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.» (em Fronteiras Perdidas, de José Eduardo Agualusa.)
Manoel de Barros «Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.» (em Fronteiras Perdidas, de José Eduardo Agualusa.)
quinta-feira, fevereiro 20, 2014
quarta-feira, fevereiro 19, 2014
O rei sorriu para si. Dentro, denso medo, mas por fora, era poder.
José Carlos Capinan
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José Carlos Capinan
Ucrânia: e o Povo, pá?
A situação parece ser esta: dum lado governantes corruptos (assim como o que temos por cá, talvez menos polidos), mas governo eleito em eleições limpas, mais a Rússia; do outro, uma oposição fragmentada com gente decente e gente indecente (como os nacionalistas de extrema direita & outros animais), a Alemanha (com uma marioneta que dá pelo nome de UE), mais os Estados Unidos, claro, mas pouco claro. No meio, o povo ucraniano.
Agora, não estou a ver bem a Rússia permitir à "Europa" mais esta provocação...
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terça-feira, fevereiro 18, 2014
segunda-feira, fevereiro 17, 2014
SAVING MR. BANKS
de John Lee Hancock (Austrália, Estados Unidos e Reino Unido, 2013)
A saga de Walt Disney pelos direitos de adaptação de Mary Poppins e a épica resistência da sua autora P. L. Travers, o making-of com privilégios de longa-metragem, com informações psicanalíticas adicionais. O melhor do melhor: a soberba Emma Thompson (uma das minhas actrizes) e Tom Hanks, um esplêndido Disney -- aquele frente a frente na casa dela, em Londres... E o poster? Sim, o poster também.
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bem escrito
«[...] Vende-se ilusão de ultrapassagem da crise. Custo: 130% de dívida pública.
Vendem-se anéis como se não fossem dedos, corpo como se não fosse a alma, palavras como se não fosse a palavra.
Compra-se: submarinos, estradas vazias, bancos falidos e dívida pública cara. Sem devolução. Paz? Pás!»
Pedro Santos Guerreiro, «Vende-se, bom preço», Expresso #2155, 15.II.2014
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Pedro Santos Guerreiro
sábado, fevereiro 15, 2014
quinta-feira, fevereiro 13, 2014
terça-feira, fevereiro 11, 2014
basbaques
Mais basbaques que os próprios basbaques foram, são, os responsáveis pelos telejornais, que, de língua de fora, como cão a quem acenam um osso, foram a correr fazer-se eco desta patifariazita reles. Não que seja de admirar: digam-me cá: o que são os blocos noticiosos da oito horas de SIC, TVI e RTP?
Sim, é isso mesmo: rasteirice, incompetência, pobreza de espírito, lixo.
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domingo, fevereiro 09, 2014
sexta-feira, fevereiro 07, 2014
2 ou 3 epígrafes
Wilhelm Müller "Estrangeiro quando cheguei, / Estrangeiro vou partir." (em Viagem de Inverno, de Helder Macedo.)
Allen Ginsberg "...o universo é um cemitério e eu ando sozinho por aqui..." (em O Portão das Colinas do Nada, de Fernando Cabrita.)
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quinta-feira, fevereiro 06, 2014
P&R - Rui Chafes
A sua exposição de Matera chyamava-se A porta estreita, numa alusão aos versículos bíblicos que falam das dificuldades do caminho e da entrada no paraíso. É também estreita a porta da arte? Espero que sim. Vale a pena ver exposições pelas quais é preciso lutar, obras de arte que não sejam fáceis, que não se ofereçam. Na minha exposição, não vão entrar 300 mil pessoas ao fim de uma semana. A porta do meu trabalho é demasiado estreita para isso. Mas não tem problema, porque a arte não é para todos.
Entrevista a Maria Leonor Nunes, JL #1131, 5.II.2014
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terça-feira, fevereiro 04, 2014
P&R - José-Augusto França
É um optimista, portanto. Vieira de Almeida, o professor que me ensinou a pensar, dizia: "A inteligência vence." O optimisto é uma folie, mas o pessimismo uma desgraça. Não há um progresso linear. Sabemos que a História não se repete. Gagueja. Pode voltar atrás; há coincidência ou não, descobrem-se as causas e avança-se.
Entrevista a Ana Soromenho, Expresso / Revista #2153, 1.II.2014
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domingo, fevereiro 02, 2014
bons trapaceiros
De David O. Russell (EUA, 2013). Comédia deliciosa sobre um casal de vigaristas (Christian Bale e Amy Adams, incríveis), nas mãos dum agente ambicioso do FBI, que através daqueles procura chegar à caça grossa dos negócios escuros de políticos e mafiosos. De Niro, em cinco minutos de representação, a merecer Oscar de secundário.
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