sábado, abril 30, 2011
sexta-feira, abril 29, 2011
V.M.G.
Sobre esta sigla figuram os verbetes de Vitorino Magalhães Godinho no Dicionário de História de Portugal, creio que as primeiras coisas suas que li. A obra que deixou é magna, desde logo pelo manuseamento e edição das fontes. Racionalista puro e duro, rasurava com impiedosa eficácia as fantasias esotérico-mitográficas que são pasto para alucinados ou impostores. É claro que o que ganhava em consistência perdia em poética, mas de bom grado deixava aos poetas a poesia. Era uma figura e era tramado. Depois de Joel Serrão, Vitorino Magalhães Godinho: talvez os dois pilares da historiografia portuguesa da segunda metade do século XX.
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quarta-feira, abril 27, 2011
Antologia Improvável #470 - Edgardo Xavier
CEGOS
Não são só os que negam a verdade
da luz
do afecto
ou da limpa claridade dos teus olhos
Cegos
são todos os que olham rosas
e sentem pedras
Amor Despenteado
Não são só os que negam a verdade
da luz
do afecto
ou da limpa claridade dos teus olhos
Cegos
são todos os que olham rosas
e sentem pedras
Amor Despenteado
JornaL - O «Avante»! adverte
Há agentes provocadores e infiltrados que manipulam os manifestantes sírios! Que maçada: depois do Kadafi I, o Al-Assad II... Estes imperialistas não aprendem!
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Muamar Kadafi
JornaL - grandes cabrões
A direcção da France Telecom declarou-se transtornada depois de mais um suicídio de um dos seus quadros, cinquenta e tal anos, quatro filhos. Parece que o haviam deslocalizado várias vezes de local de trabalho, obrigando-o a vender a casa. A transtornada direcção, várias vezes solicitada a. nunca respondeu ao funcionário. Mais sociedade, oh sim.
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JornaL - Ão
Um deputado do PS-Madeira -- leio no Público -- foi absolvido pela Relação, depois de ter chamado corruptor, aldrabão e calão ao Alberto João.
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da pólis
JornaL - foleiros
Uma das propostas brilhantes, saídas daquelas cabecinhas do "Mais Sociedade": reduzir a pensão de reforma a quer recorra ao subsídio de desemprego. São tão estúpidos...
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JornaL - os pavões
Os gregos têm o coro na tragédia; nós tivemos a tragédia dos pavões, pontuando dramaticamente a entrevista de Sócrates.
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José Sócrates
terça-feira, abril 26, 2011
A silhueta translúcida do Futuro, morde-me, raivosa sem açaimo!
Nesso (Lyster Franco)
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quinta-feira, abril 21, 2011
quarta-feira, abril 20, 2011
da necessidade de lucidez
Um post da Ana Paula Sena Belo suscitou-me este alinhavo:
Tenho por adquirido que quanto mais instáveis são os tempos, mais necessário se torna fazer uso da razão. A Europa, na década fatídica 1929-1939, deixou-se toldar pela irracionalidade. Mas houve povos (e líderes políticos cheios de defeitos) que se mantiveram razoáveis e lúcidos: os povos do Norte da Europa. E líderes: de Churchill -- o homem certo na hora certa -- ao rei Haakon VII, da Noruega (ocupada pelos alemães), que ostentava à lapela a estrela de David, solidário com os seus concidadãos judeus. É evidente que também houve líderes do outro lado detentores de grande frieza (Stálin) e frio e competente discernimento (Salazar). Mas para estes não havia cidadãos, mas uma massa que era necessário enquadrar e tutelar.
terça-feira, abril 19, 2011
Dumbo
cartaz original, 1941
Dumbo, de 1941, um filme que é um louvor à amizade e um dos mais conseguidos, de quantos foram produzidos por Disney. O experimentalismo de «Fantasia» continua, designadamente na sequência da embriaguez do elefantinho e do rato Timóteo; a cena dos corvos, cheia de swing, é outro momento alto. A banda sonora é, globalmente, esplêndida.
Lembro-me de tê-lo visto no velho Cinema São José, em Cascais (999 lugares...).
Uma curiosidade: produzido em plena II Guerra Mundial -- de que surgem uns ecos quando Dumbo faz de avião de caça metralhando as elefantas cruéis --, quando chega a hora do triunfo dos Aliados, publica-se uma revista em que as personagens da casa agitam bandeiras dos países vencedores. Ao Dumbo coube a da União Soviética, pela qual Walt Disney nutria enorme entusiasmo, como se sabe... (Será coincidência, mas «Dumbo» foi um filme que não lhe mereceu grande simpatia).
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segunda-feira, abril 18, 2011
A UE gostaria de nos ver pelas costas, mas para desgraça dos finlandeses e outros alemães, a Europa sem nós não existe. Por muitas malfeitorias que nos façam, vão ter que nos gramar e pagar jantaradas a Passos Coelho e ao Alberto João. Eles, coitados, que se fartam de bulir naqueles climas de merda, pensam que estes dotes de saber receber, servir à mesa em inguelês fluente e comer-lhes as mulheres caiu do céu. Não!, são gerações e gerações de malandrice, de mandriice, de manha. Como dizia o Unamuno, eles que trabalhem, que nós, ibéricos, temos mais com que nos ocupar.
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domingo, abril 17, 2011
sábado, abril 16, 2011
Antologia Improvável #469 - Eduardo Sterzi
OUTRO TIGRE
Tigre, diamante vertebrado,
nenhuma jaula poderá
reter, inflexível, a fria
fúria do teu olhar.
Nosso inútil terror de humanos
extraírá, do mundo em que vives,
a força líquida (flutíssona) de
músculos invisíveis.
Tigre, metáfora do tempo,
demônio cego da distância:
que ser, ferido de beleza,
te admira em segurança?
Na Viragem do Século - poesia de Invenção no Brasil
(edição de Frederico Barbosa e Claudio Daniel)
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sexta-feira, abril 15, 2011
Fantasia
cartaz original, 1940
Prossigo com as longas-metragens produzidas por Walt Disney.
Com «Fantasia», os estúdios atingiram os píncaros da animação, provavelmente porque não se trata propriamente um filme para crianças, mas antes um produto com uma boa dose de vanguardismo técnico e conceptual. Do fragmento inicial, «Tocata e fuga» de Bach, prestando-se à coloração das grandes massas sonoras trazidas por Stokowski, ao segmento final, representando a oposição entre as trevas e a luz, a «Noite no Monte Calvo», de Mussorgski, e o «Ave Maria», de Schubert. Pelo meio, algumas coisas a reter, desde logo a aprição do próprio Mickey no «Aprendiz de Feiticeiro», de Paul Dukas. Disney continuava a ousar. E, em Portugal, por ocasião da sua estreia, pouco depois, Roberto Nobre e Fernando Lopes-Graça assinavam uma maravilhada crítica conjunta nas páginas da Seara Nova...
quinta-feira, abril 14, 2011
quarta-feira, abril 13, 2011
terça-feira, abril 12, 2011
a "cidadania"
O que seria engraçado, se não fosse trágico, é que os ingénuos da cidadania que andaram a aclamar a pureza do candidato Nobre, na verdade serviram de idiotas úteis, quer à estratégia do ressentimento anti-Alegre, quer, objectivamente, à rápida reeleição de Cavaco. Depois dos delírios das presidenciais embasbacam-se agora com as últimas novidades. Se o PSD ganhar as eleições, prevejo comédia na Assembleia da República.
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Pinóquio
cartaz original, 1940
um salto em frente na técnica de animação, relativamente a «Branca de Neve»
o filme é verdadeiramente assustador para as crianças (a minha filha teve medo)
«When You Wish Upon A Star», cantada pelo Grilo Falante, tornou-se um standard (eu tenho duas versões: uma pelo Louis Armstrong, a outra do Jimmy Scott)
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segunda-feira, abril 11, 2011
domingo, abril 10, 2011
sábado, abril 09, 2011
Ferro Rodrigues
Com Ferro Rodrigues como cabeça de lista por Lisboa, o meu voto no PS está praticamente garantido. E ainda nem consegui ouvir o discurso do Manuel Alegre...
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sabichão
Ena pá, ganda discurso do Sócrates! Se não me ponho a pau, ainda voto nele outra vez...
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sexta-feira, abril 08, 2011
quinta-feira, abril 07, 2011
Antologia Improvável #468 - Nuno Rocha Morais
Invadiu-me um sensação de calma,
de tristeza e de fim.
VIRGINIA WOOLF
Ao teu lado, mudo.
Suponho que pousei a mão
No teu ombro, não sei,
Ausentes ambos,
Tu do ombro, eu da mão.
Lá fora, não muito longe
Do vidro, a manhã passa
E é calma, tristeza, fim.
Últimos Poemas / Resumo - A Poesia em 2009
(escolha de José Tolentino Mendonça)
imagem daqui.
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terça-feira, abril 05, 2011
segunda-feira, abril 04, 2011
quem começa assim...
Relido Os Cus de Judas 28 anos depois (!) da primeira vez. Esta, por exemplo: «A mulher dos amendoins, a que faltava o cotovelo esquerdo, montava a sua indústria de alcofas nos baixos da nossa varanda, e narrava à minha avó, em discursos verticais, de baixo para cima, as bebedeiras do marido, através de cuja violência explodiam capítulos de Máximo Gorki da Editorial Minerva.»* Quem se estreava a escrever desta maneira teria, forçosamente, de marcar a paisagem literária nas décadas seguintes.
António Lobo Antunes, Os Cus de Judas, 9.ª edição, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1993, p. 13.
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domingo, abril 03, 2011
sábado, abril 02, 2011
Antologia Improvável #467 - Fernão da Silveira
DO COUDEL MOOR A HUA MOÇA Q LHE PEDYO HUS ÇOCOS & Q FOSSE BOM PAR DE LAUOR.
Por ferdes milhor seruida,
poys a perna tendes groffa,
mãdayme vos a medyda,
eu farey todo o que poffa.
E logo começareys
a medyr polo artelho,
& defy polo joelho,
& na coxa acabareys.
E tambem quantee cõprida,
& o pee quanto ter poffa
me amoftres a medyda
da perna galante voffa.
in Cancioneiro Geral
(Garcia de Resende)
Por ferdes milhor seruida,
poys a perna tendes groffa,
mãdayme vos a medyda,
eu farey todo o que poffa.
E logo começareys
a medyr polo artelho,
& defy polo joelho,
& na coxa acabareys.
E tambem quantee cõprida,
& o pee quanto ter poffa
me amoftres a medyda
da perna galante voffa.
in Cancioneiro Geral
(Garcia de Resende)
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sexta-feira, abril 01, 2011
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