sexta-feira, outubro 19, 2007

Caracteres móveis

A essência do fanatismo reside no desejo de obrigar os outros a mudar. Nessa tendência tão comum de melhorar o vizinho, de corrigir a esposa, de fazer o filho engenheiro ou de endireitar o irmão, em vez de deixá-los ser. O fanático é uma das mais generosas criaturas. O fanático é um grande altruísta. Está mais interessado nos outros do que em si próprio. Quer salvar a nossa alma, redimir-nos. Livrar-nos do pecado, do erro, do tabaco, da nossa fé ou da nossa carência de fé. Quer melhorar os nossos hábitos alimentares, ou curar-nos do alcoolismo e do hábito de votar. O fanático morre de amores pelo outro.


Contra o Fanatismo
(tradução de Henrique Tavares e Castro)

6 comentários:

O Réprobo disse...

Tenhamos coragem de ser fanáticos! Contra o egoísmo!
Ab.

Ricardo António Alves disse...

Nã, Irmão em Cristo! Eu sei que não és um fanático, mas um rapaz de convicções fortes.
Tenhamos antes a sabedoria do bom-senso. E isto serve para todos. Ab.

estrelicia esse disse...

O fanático não devia preocupar-se obsessivamente e em vez de torturar os outros, devia era cuidar de si próprio. Se não consegue o problema é dele.

Ricardo António Alves disse...

É o fanático, cara Estrelícia, duma generosidade sem limites, como diz o escritor israelita.

ana v. disse...

Adorei a ironia, vizinho. Bem escolhido, este post.

beijo
ana

zxbhcwtq - esta hoje era difícil!

Ricardo António Alves disse...

O mérito é todo aqui do Oz.
Chama-se a isto um blogue empata, vizinha... Outro para si.