Passado todo este tempo, já não apetece escrever nada; mas como disse que dizia...
Então, muito rápido:
Pedro Adão e Silva (PAS), melhor escolha seria difícil. Além disso, comemorar o 25 de Abril é para quem o comemore, não para burocratas ou comissários políticos.
Péssimo: Rio, o grau zero. Está de patins postos. O pior é o que vem a seguir.
Repéssimo: o PS. Já havia os donos do 25 de Abril, o PCP, e agora é o PS ao assalto, porque eles têm a mania que são donos disto tudo. Claro que PAS come por tabela, injustamente. Não ouvir pelo menos os partidos parlamentares quando se comemora uma data em que grande parte dos que a viveram ainda está viva, é duma arrogância e duma suficiência de quem está habituado a transformar padeiros em técnicos especialistas. Não são os únicos, mas estes gajos sempre mostraram pouca vergonha
Tenho ideias para as comemorações, ou de como elas deveriam ser, mas já é tarde e amanhã tenho de levantar-me cedo.
E é isto.
6 comentários:
O PS limitou-se a fazer como antes em que o Governo punha e dispunha, esquecendo-se que os tempos são outros.
Repéssimo, sem dúvida, mas com a única vantagem de que PAS não seria o comissário se a oposição tivesse sido consultada porque, pois claro, o gajo até já foi do PS.
Quanto ao tamanho máximo da comissão ou à sua extensão natural, nada há a opor, penso eu. Vale bem a pena celebrar tudo, da crise académica de 62 até à Constituinte de 76.
Mais, suspeito que se a Oposição tivesse sido consultada, tal formato não passaria, porque o PSD não iria dar o aval e depois ficar a aturar os ataques e as queixinhas do CDS e do Chega...
É uma pena que por causa desta Direita miguelista (o termo é do Porfírio Silva), a Direita democrática não possa reclamar para si o património do 25 de Abril que é seu, desde a resistência de monárquicos, à de homens como Humberto Delgado e Henrique Galvão, aos capitães de Abril que vieram da Direita, às contribuições de PSD e CDS para a Democracia, como já abordamos.
Mas a má consciência e a deriva de um Passos, passando pelo momento populista em que vivemos, estragaram tudo...
PAS já disse que gostaria de ouvir a sociedade civil. Ficamos pois a aguardar pelas suas sugestões... E espero bem que não se limite a escrever um artigo no blogue, porque as suas ideias merecem mais ampla difusão...
Pois, meu caro, não sei. Porque a decisão última seria sempre do governo, mas já ninguém poderia falar de autossuficiência e arrogância. Porque, convenhamos, a escolha parece-me muito boa, segundo o critério de um tipo ainda jovem, com a idade da Revolução -- e não só, claro.
O termo "miguelista" é perfeito, quanto a mim. Muito mais próximo da realidade do que "fascista". E há, de facto, muita gente dentro do PSD e do CDS que não gosta do 25A.
Penhoradíssimo, meu caro. Modestamente creio apenas que todos ganharíamos se, nas sedes próprias, ouvíssemos os que têm a dizer os derrotados, do antes e do depois da Revolução. Penso que seria enriquecedor.
Por princípio, claro que defendo que toda a Oposição, da Esquerda à Direita deveria ter sido ouvida.
Mas dada a má consciência e a má vontade de alguma Direita, teria sido impossível aprovar este modelo por consenso. No fim de contas, acusariam o Governo à mesma de arrogância e de mistificação, ainda por cima...
E não se trata apenas de serem contra. Trata-se de que o 25 de Abril é uma razão perfeita para se levantar mais uma das bandeiras de guerra cultural que a Direita sabe travar bem melhor que a Esquerda...
E, meu caro, a principal característica comum aos derrotados, dos fascistas ao PCP, é o ressentimento... Os ressentidos não se convencem, derrotam-se... Pela palavra e pelo voto...
Não creio que o PS tivesse grande dificuldade em propor o nome dele por consenso.
Por isso que você diz, as tais bandeiras, que existem á esquerda e à direita e guerra culturais exacerbadas, é que era importante ter havido cuidado.
Não se trata de convencer. Há gente honrada e decente em ambos os lados. E, quanto a mim, tanto mais e melhor se comemora o 25 de abril quanto melhor e mais objectivamente as circunstância sejam estudadas. Até porque a superioridade dum sistema liberal é precisamente a possibilidade de outros defenderem ideias que lhes são adversas, e nem por isso malharem com os costados numa cela, pelo menos.
Há, meu caro, seguramente, gente honrada e decente entre todos democratas, que vão do CDS ao PCP (muito embora nem todos os que militam nesse arco, incluindo no PSD e no PS, o sejam).
Essas pessoas aceitariam facilmente o nome de Adão e Silva se o PS o tivesse proposto. Só que, infelizmente, sobretudo devido ao triste estado da nossa Direita, os próprios democratas encontram-se tribalizados.
Muitos dos disparates de Rui Rio devem-se não a qualquer convicção, que ele é um democrata e um homem honrado (mau grado os tiques autoritários), mas à sua fraqueza perante a dita Direita Miguelista, no próprio PSD...
Se o PS tivesse falado com as oposições, que era o que deveria ter feito, não teríamos nem Adão e Silva a organizá-las, nem elas durariam 5 anos...
Pois, não sei; de qualquer modo a polémica seria menor, e não vejo utilidade para quem se reclama do 25 de Abril cavar polémicas evitáveis. E se não fosse o PAS, haveria sempre outro que o quisesse comemorar, sem reserva mental.
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