sábado, maio 30, 2020
quinta-feira, maio 28, 2020
na estante definitiva
Na correspondência que trocavam, Ferreira de Castro, escrevendo a Jorge Amado após receber Mar Morto (1936), disse-lhe ser este romance um poema em prosa, no que eu não poderia estar mais de acordo, até pelo sentido épico de que se reveste a luta do homem contra os elementos -- uma épica colectiva, como teria forçosamente de ser.
«Agora eu quero contar as história da beira do cais da Bahia.», escreve o narrador, como um autor popular vendendo nos mercados a sua literatura de cordel. Sem arrebiques acacianos, o escritor dessacraliza-se: «Vinde ouvir a história de Guma e de Lívia, que é a história do amor no mar. E se ela não vos parecer bela a culpa não é dos homens rudes que a narram. É que a ouvistes da boca de um homem da terra, e dificilmente um homem da terra entende o coração rude dos marinheiros.»
A grande literatura proletária e romântica, de que o autor, aos 24 anos e recém-licenciado no Direito que nunca praticou, se fez veículo.
Uma nota para a capa muito interessante desta minha edição, da autoria de José Ruy, a figuração de Janaína (ou Iemanjá), deusa marítima que colhe o seu tributo...
Jorge Amado, Mar Morto [1936], 4.ª ed. portuguesa, Mem Martins, Publicações Europa-América, s.d.
data de posse:Junho de 1984
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quarta-feira, maio 27, 2020
segunda-feira, maio 25, 2020
domingo, maio 24, 2020
sábado, maio 23, 2020
quinta-feira, maio 21, 2020
terça-feira, maio 19, 2020
na estante definitiva
Este livro de José Freire Antunes (1954-2015) ocupa a minha estante permanente de historiografia. À data da leitura, constituiu-se como exemplo evidente de como se podia escrever história contemporânea com o rigor possível, sem o distanciamento temporal julgado necessário para abordar o que foi.
Historiografia de curtíssima duração (cinco anos), com um aparato crítico igual ao que vemos em estudos relativos a épocas recuadas, desmentindo a piada de já não me lembro quem, para o qual a História ia só até ao século XV; tudo que depois ocorreu era já do domínio do jornalismo…
Parte do projecto de investigação desenvolvido pelo autor nos Estados Unidos, «The Americans and Portugal: 1941-1976», beneficiando da recente abertura de alguns arquivos.
No limiar do capítulo I, «Política externa: um novo globalismo», temos um subcapítulo sem título, dedicado ao percurso político de Richard Nixon (1913-1994), da mercearia paterna em Yorba Linda, no condado de Orange, Califórnia até à Casa Branca, aos cinquenta e cinco anos. A presidência como obsessão, muito bem esgalhado, em menos de três páginas: «Ao longo de uma trajectória intermitente de sucessos e de ocasos, perseguira obsessivamente o supremo poder da Casa Branca: e faria desse poder o terminal trágico da sua carreira pública.»
Também muito bem escolhida foi a epígrafe de Henry Kissinger -- «esse homem fatal», como diria Eça de Pinheiro Chagas --, com muito que se lhe diga sobre as alegadas "responsabilidades" das nações, algo que, de acordo com o secretário-de-estado os Estados unidos só haviam descoberto com a II Guerra Mundial, e diz esta verdade, que o era para as velhas elites do poder, quer do Estado Novo quer da República e da Monarquia: «Hoje em dia, o país mais pobre da Europa Ocidental -- Portugal -- tem os mais pesados compromissos fora da Europa porque a imagem histórica de si mesmo está ligada às suas possessões ultramarinas.»
José Freire Antunes, Os Americanos e Portugal -- vol. I -- Os Anos de Richard Nixon (1969-1974), Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1986.
Historiografia de curtíssima duração (cinco anos), com um aparato crítico igual ao que vemos em estudos relativos a épocas recuadas, desmentindo a piada de já não me lembro quem, para o qual a História ia só até ao século XV; tudo que depois ocorreu era já do domínio do jornalismo…
Parte do projecto de investigação desenvolvido pelo autor nos Estados Unidos, «The Americans and Portugal: 1941-1976», beneficiando da recente abertura de alguns arquivos.
No limiar do capítulo I, «Política externa: um novo globalismo», temos um subcapítulo sem título, dedicado ao percurso político de Richard Nixon (1913-1994), da mercearia paterna em Yorba Linda, no condado de Orange, Califórnia até à Casa Branca, aos cinquenta e cinco anos. A presidência como obsessão, muito bem esgalhado, em menos de três páginas: «Ao longo de uma trajectória intermitente de sucessos e de ocasos, perseguira obsessivamente o supremo poder da Casa Branca: e faria desse poder o terminal trágico da sua carreira pública.»
Também muito bem escolhida foi a epígrafe de Henry Kissinger -- «esse homem fatal», como diria Eça de Pinheiro Chagas --, com muito que se lhe diga sobre as alegadas "responsabilidades" das nações, algo que, de acordo com o secretário-de-estado os Estados unidos só haviam descoberto com a II Guerra Mundial, e diz esta verdade, que o era para as velhas elites do poder, quer do Estado Novo quer da República e da Monarquia: «Hoje em dia, o país mais pobre da Europa Ocidental -- Portugal -- tem os mais pesados compromissos fora da Europa porque a imagem histórica de si mesmo está ligada às suas possessões ultramarinas.»
José Freire Antunes, Os Americanos e Portugal -- vol. I -- Os Anos de Richard Nixon (1969-1974), Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1986.
sábado, maio 16, 2020
quinta-feira, maio 14, 2020
terça-feira, maio 12, 2020
domingo, maio 10, 2020
sábado, maio 09, 2020
sexta-feira, maio 08, 2020
quinta-feira, maio 07, 2020
"Triste de quem tenta ser alguém na vida atirando os homens uns contra os outros"
Quaresma, grande Quaresma, craque da bola e não só, puxaste bem as orelhas a esse piolho, tratado pelos demais como um insecto, o que só o engrandece.
Se a criatura falou mesmo em confinamento de uma etnia, sim isso configura crime. Ora, o parlamento não é lugar para criminosos; espero, portanto que haja uma queixa em conformidade, a Assembleia da República lhe retire a imunidade.
Aliás, este advogar de medidas racistas é contra a Constituição; portanto, a confirmar-se, há que prover o saneamento básico ao sistema político, fazendo-se a descarga do esgoto.
em tempo: a magnífica declaração de Quaresma completa aqui.
Se a criatura falou mesmo em confinamento de uma etnia, sim isso configura crime. Ora, o parlamento não é lugar para criminosos; espero, portanto que haja uma queixa em conformidade, a Assembleia da República lhe retire a imunidade.
Aliás, este advogar de medidas racistas é contra a Constituição; portanto, a confirmar-se, há que prover o saneamento básico ao sistema político, fazendo-se a descarga do esgoto.
em tempo: a magnífica declaração de Quaresma completa aqui.
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Ricardo Quaresma
quarta-feira, maio 06, 2020
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