Em primeiro lugar, porque voto no Livre, um partido à esquerda do PS que é europeísta sem ambiguidades.
Depois, porque espero que Joacine Katar Moreira, cujo percurso de vida é muito interessante, seja a voz dos que não têm voz, em especial a voz dos indocumentados e dos imigrantes, em face de um Estado burocratizado, insensível, kafkiano.
Também gosto que seja feminista e negra.
Quanto à questão que só interessa a meia dúzia, a dos Descobrimentos, notei com agrado nesta entrevista, que há um avanço em relação a um militantismo historiográfico absolutamente nocivo - que aliás nem merece a designação de 'historiografia' -- para que se perceba e explique ao comum que o século XV não é o século XIX, e que estudar (e, sim, até celebrar) as navegações dos portugueses não é nenhuma apologia do colonialismo, nem do imperialismo e muito menos do racismo. Um historiador é um historiador; esta condição não implica neutralidade (a História não é nenhuma ciência, ao contrário do que propalavam os neo-marxianos de antepenúltima geração) -- não implica neutralidade, porém exige algo muito mais importante: o rigor.
Mas derivo, e não seria por esta discordância, para mim fundamental, que deixaria de votar nela, mesmo se houvesse razão para tal, que não há, em face da entrevista que cito. A discordância está-me inerente -- a começar pela discordância em relação a mim próprio, várias vezes...
Em suma, quero ver Joacine na Assembleia da República e o meu voto está-lhe garantido.
2 comentários:
O meu também!
Espero que a AR lhe cure a gaguez, coisa mais que chata.
Quando se ambientar e a pressão passar, a coisa modera-se. Os nervos também devem ter o seu papel..
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