quarta-feira, março 13, 2019

Fernão de Magalhães, Cristiano Ronaldo, o «Bartoon» -- ou de como uma coisa é História e historiografia, outra a ideologia







O melhor comentário que vi sobre a falsa questão da viagem de Fernão de Magalhães foi o cartoon de Luís Afonso no Público de anteontem. O humor sempre foi a melhor forma de lidar com a estupidez. No entanto, mais do que estupidez, trata-se de uma contaminação ideológica de nacionalismo, sempre aldrabão, complexado e perigoso. Desta vez a aldrabice é nacionalista (tresanda a franquismo esta  españolidad ); outras vezes é alegadamente progressista, como sucedeu com o debate sobre os Descobrimentos, outra vigarice intelectualmente desonesta, como na altura caracterizei;
Ao contrário do que diz lugar-comum, a historiografia não é uma ciência, embora não dispense o recurso às ciências. Mas o facto de ser uma disciplina do domínio das humanidades, não significa que se possa  impunemente sacrificá-la às ideologias do momento; porque, repetindo-me, não se trata já da História, mas activismo, seja ele benéfico, como o combate ao racismo ou ao imperialismo, seja pernicioso, como sucede com os nacionalismos; e a História não se compadece com as paixões conjunturais; está lá sempre com o seu peso, para nos interpelar.

2 comentários:

MR disse...

Fantástico este cartoon. :)
Bom domingo!

R. disse...

Sem dúvida
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