domingo, setembro 25, 2011


Hans Christian Andersen por  Jean Cassou:  O seu amor pela querida pátria dinamarquesa, a sua intimidade com um soberano acessível e bom, a sua luta com críticos mal intencionados, luta essa em que evidenciou uma adorável susceptibilidade, as suas amizades superficiais e ingénuas com escritores ilustres e mulheres de grande beleza, tais são os principais temas de uma existência infinitamente original, infinitamente ávida e curiosa e a que o mundo jamais fez perder o segredo de tudo transpor para uma atmosfera de pueril féerie.

sexta-feira, setembro 23, 2011

José Niza (1938-2011)

tão grande quanto a simplicidade o permite

quinta-feira, setembro 22, 2011

outros tons - Luís Cília, «A Bola»

Aristides Pereira

Fundador do PAIGC e primeiro PR de Cabo Verde, Aristides Pereira foi um dos grandes africanos do século XX, e, pelo exemplo, um líder de craveira mundial.

quarta-feira, setembro 21, 2011

revisitação - Frederick Arthur Bridgman

«No Terraço», de Frederick Arthur Bridgman. Um americano ao encontro de mouras encantadas.

segunda-feira, setembro 19, 2011

figuras de estilo - Abel Botelho

Entretanto Alda, progressivamente desinteressada da conversa fora sentar-se junto do Bolacheira; e num grande e aplicado interesse tudo era agora seguir-lhe a harmoniosa ginástica dos dedos pela guitarra. Não sei que flâmea tentação, que diabólico sugesto, que amavioso filtro irresistível a traspassara de repente... que o bárbaro planger do canalha instrumento e a garatujada solfa do malandrim monopolizaram-lhe por inteiro a atenção, e eram naquele instante os pólos do seu querer, o norte da sua vontade...
O Livro de Alda

domingo, setembro 18, 2011

figuras de estilo - Abel Botelho

E eu, mole duma voluptuosa embriaguez, eu com a fala tomada, o peito opresso, os dentes perros, e nos nervos marinhando um tremor de ansiedade pelo penetrante odore di femina que de assalto me envolvera, mal que abri a porta do quarto... não atinava que dizer.

O Livro de Alda

o meu Doc Europa III - «48»

Uma bela ideia, um bom exercício de resgate da memória, com duas objecções. Uma, de carácter formal, para lamentar que no final de cada depoimento, ou do documentário, não tenhamos visto as faces dos depoentes na actualidade. Teria sido interessante. E isso tanto mais se sente no caso dos dois guerrilheiros africanos, cujas fichas prisionais se extraviaram, história ainda por contar. A outra, mais substancial, reside na omissão do estatuto desses presos, todos militantes ou activistas do PCP -- o que não teria mal nenhum se o espectador fosse disso informado. É que nesses 48 anos foram presos e/ou torturados, além dos comunistas, anarquistas,  republicanos, padres católicos, activistas estudantis e até dissidentes do regime. Lamento por isso esta parcialidade, que não sei se foi intencional, ou não.

acordes nocturnos

quinta-feira, setembro 15, 2011

caderninho - hoje como há 300 anos

«Como é que se pode esperar que a humanidade oiça os conselhos quando não é capaz de escutar os avisos?» Jonathan Swift
Pensamentos (tradução de Paula Seixas)

Estou a pensar na UE, por exemplo.

O Vale do Riff - Benny Goodman, «One O'Clock Jump»

quarta-feira, setembro 14, 2011

Um milhão / de filhos / ilegítimos! // Porque espermas?
Alexandre O'Neill

segunda-feira, setembro 12, 2011

Antologia Improvável #480 - João Villalobos

Uma sombra nómada soa
aos acordes da primeira noite.
Líquida, adocicada lembrança,
história vinda de longe, testemunho.

A desses olhos que guardo hoje,
como botões de punho.

As Mulheres Bonitas não Viajam de Autocarro

um monge numa catedral desabitada

«Um monge sem Deus; sentir-me-ia tentado a propor esta definição de Alain, se não receasse encerrá-lo nessa catedral desabitada que foi o pensamento moral do século XIX e cujas portas ele destruiu a golpes de machado.» Ramón Fernandez

caracteres móveis - Harold Bloom

«[...] um cânone é uma ansiedade realizada, tal como qualquer obra literária forte é uma ansiedade realizada pelo seu autor.»
O Cânone Ocidental
(tradução de Manuel Frias Martins)

domingo, setembro 11, 2011

sábado, setembro 10, 2011

outros tons - Luca Mundaca, «Diferente»

Xuan Bello

5 poemas, aqui.

Dicionário

Agostinho de Hipona Agostinho agrada-me mais do que todos os outros. Ensinou uma doutrina pura e, como é próprio da humildade cristã, submeteu os seus livros à sagrada Escritura... Foi o primeiro Doutor da Igreja que abordou o tema do pecado original... Agostinho está completamente de acordo comigo. Martinho Lutero // Santo Agostinho foi o primeiro a acreditar nesta estranha ideia [o pecado original] digna da mente apaixonada e romanesca de um Africano devasso e arrependido, maniqueísta e cristão, indulgente e perseguidor, que passou a vida a contradizer-se a si próprio. Voltaire // Os problemas, emsmo os mais elevados, referiu-os sempre ao próprio eu, interiorizou a teologia, fundiu o pensamento abstracto no cadinho do seu coração, elevou-se até ao firmamento da ideologia, mas com asas de fogo... Em virtude deste apelo á experiência interior do indivíduo, tanto como pela sua inquietação apaixonada, pode dizer-se, com as necessárias reservas, que é ele o primeiro romântico do Ocidente, o primeiro homem moderno. Giovanni Papini

sexta-feira, setembro 09, 2011

caracteres móveis - Harold Bloom

Se eu pudesse ter só um livro, ele seria o Shakespeare completo; se pudesse ter dois, seria esse e a Bíblia. E se fossem três? Aí começam as dificuldades.
O Cânone Ocidental
(tradução de Manuel Frias Martins)

a glimpse of happiness

alterno raul brandão e ruy belo
transporte no tempo com el-rei junot
a melhor poesia em grande prosa 
grande poesia que toda a prosa deveria ter

morte e mais morte entre 
tanta vertigem de fim é
possível um frémito de 
felicidade em tanta morte 

quarta-feira, setembro 07, 2011

Dicionário

WWilliam Shakespeare. Shakespeare, escandalosamente simples, foi uma pessoa que viveu e teve a ideia de escrever Hamlet e Rei Lear. Esse escândalo é inaceitável para aquilo que hoje em dia passa por ser teoria literária. Harold Bloom

segunda-feira, setembro 05, 2011

Dicionário

A Adam de Saint-Victor: «Obedecendo à sua mais funda inspiração e deixando exprimirem-se espontaneamente os seus mais sinceros sentimentos, os poetas latinos, como o encantador Adam de Saint-Victor, faziam algo melhor do que recomeçar a antiguidade: prolongavam-na.» Etienne Gilson.

sábado, setembro 03, 2011

É na face das belas mulheres / Que eu só vejo o bom deus retratado
João de Deus