domingo, setembro 14, 2025

zonas de confronto

Mikhail Bakunin: «Que os homens de Estado e os políticos, aristocratas e burgueses de todos os países se inquietam, temos disso provas nos discursos que pronunciam; não deixam escapar uma só ocasião que seja para exprimir as suas simpatias tão profundas e sobretudo tão sinceras por esta massa tão generosa e tão interessante de trabalhadores, que, depois de ter servido durante todos estes séculos de pedestal passivo e mudo a todas as ambições e a todas as políticas do mundo, se cansou enfim de desempenhar um papel tão pouco lucrativo e tão pouco digno, e anuncia hoje a sua firme vontade de não viver nem trabalhar mais senão para si própria.» «O movimento internacional dos trabalhadores» (1869), O Socialismo Libertário - trad. Nuno Messias  «§ Woody Allen: «Gris era genuinamente espanhol e Gertrude Stein costumava dizer que só um verdadeiro espanhol se comportaria como ele; quer dizer, falava espanhol e às vezes ia a Espanha ver a família. Era realmente maravilhoso de ver.» Getting Even / Para Acabar de Vez com a Cultura - trad. Jorge Leitão Ramos § Svetlana Alexievich: «Certa vez um miúdo vizinho perguntou-me: "O que fazem as pessoas debaixo da terra? Como é que vivem lá?" Também queríamos decifrar o mistério da guerra. / Foi quando comecei a pensar na morte... E nunca deixei de pensar nela, tornou-se para mim o maior mistério da vida.» A Guerra não Tem Rosto de Mulher (1985) - trad. Galina Mitrakovich § Félix Cucurull: «Eu olhava, abúlico, para o levante. Tu comentaste: "Está muito sereno". Nesse momento dei porque o vento me erguia no ar, como se fosse um balão de S. João. Eu gritava: "Dá-me a mão! Agarra-me!" Andei a esvoaçar pelas montanhas. Fiquei preso aos ramos de uma oliveira.» «Carta de despedida», Antologia do Conto Moderno -- trad. Manuel de Seabra § Michael Gold: «Como criança amedrontada, o pobre corpo já sangrento soluça: / -- Fala! / Em torturada agonia, o cérebro arde-lhe e clama: / -- Fala! / E o sangue latejante segreda-lhe: "A tua mulher está à espera... É só falares...". / E em todo ele um milhão de vozes grita: / -- Fala!... Fala! / ...Mas o preso não quer falar». «Cárcere», Para a Fente América... - trad. Manuel do Nascimento

1 comentário:

Manuel M Pinto disse...

«Se me lembra, em lugar de pública-forma, dizer uma sandice mais compacta, creiam que não era homem de a deixar no tinteiro, porque, se há inviolabilidade neste mundo, é para todas as sandices que se escrevem.»
Camilo Castelo Branco, "A Filha do Arcediago" (1854)