terça-feira, outubro 22, 2024

séculos de civilização e civilidade construída não nos deixam dizer tudo o que pensamos

Nesta história da disciplina de Cidadania, não é verdadeiramente a educação sexual que incomoda as pessoas, nem propriamente a questão da homossexualidade, pois creio que hoje em dia apenas os sectores mais cavernícolas da sociedade sabem que a condição homossexual não resulta de qualquer escolha, antes se trata de uma característica congénita duma percentagem, apesar de tudo muito reduzida em termos relativos -- li algures, e há muito tempo, que abrangerá seis por cento da população. Enfim, algo natural, mas minoritário, e que deverá ser encarado com naturalidade.

O que verdadeiramente chateia a maioria das pessoas é ver os filhos nas mãos de um eventual maluco que lhes saia na rifa com rabichice tóxica. Isto é que realmente os assusta e/ou repugna. Como não podemos dizer tudo o que pensamos, sem a seguir nos matarmos, os que estão contra, refugiam-se em generalidades que lhes empresta o bom senso; e os defensores armam-se com sofismas, mentirolices -- ou fogem com o rabo à seringa.

Ontem, Catarina Martins num frente-a-frente com Cecília Meireles, passou num ápice do tema, para as grandes questões da escola pública, e quando foi interrompida já ia no magno problema da habitação...

É claro: como se pode defender o indefensável, negando a Biologia? Mesmo havendo sempre patologias, todas atendíveis, ninguém engole patranhas como o género se diferenciar do sexo devido a um "constructo" social.

Por isso, noutro debate, quando Pedro Frazão do Chega lhe escapou a boca para a verdade, referindo-se àquilo como uma "porcaria", Joana Mortágua, com a devida desonestidade intelectual (já tinha antes falado dos sinais de trânsito, da separação do lixo e da literacia financeira...), pergunta agressivamente se é "porcaria" a luta contra a violência doméstica ou o anti-racismo.  Pois, pois...

Muitos de nós, pessoas de todas as religiões ou sem religião, à esquerda e à direita, embora sabendo que a família pode ser infernal (como a escola e a sociedade em geral), sabe também que naquelas em que o amor existe, e são quase todas, não há melhor porto de abrigo para as complicações da vida. E que os que contestam a família nuclear, pais, filhos, avós, e de preferência também a mais alargada, só têm para oferecer fantasias e o salve-se-quem-puder, uma espécie de tudo ou nada, mas somente o vazio. É por isso que é na família que se educa, e não na escola, com as crianças à mercê sabe-se lá de que avestruz, e dos doutos programas congeminados pelo governo de turno, como sucedeu com esse retrocesso intelectual que dá pelo nome de João Costa.

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