terça-feira, junho 18, 2024

4 versos de António Jacinto

«Se o corpo mais que a alma sentia / e se todo ele existia / porquê porquê ai porquê / a insatisfação que se sente e não se vê?»

Poemas (1961)

3 comentários:

  1. «Naquela roça que não tem chuva / é o suor do meu rosto que rega as plantações;»
    António Jacinto, "Monangamba" De "Poemas" (1961)

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  2. «Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
    Mil camadas de pó disfarçam, véus,
    Estes quarenta rostos desiguais.
    Tão marcados de tempo e macaréus.

    Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
    Rã fugida do charco, que saltou,
    E no salto que deu, quanto podia,
    O ar dum outro mundo a rebentou.

    Falta ver, se é que falta, o que serei:
    Um rosto recomposto antes do fim,
    Um canto de batráquio, mesmo rouco,
    Uma vida que corra assim-assim.»

    JOSÉ SARAMAGO, "Os Poemas Possíveis" (1966)

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  3. O Saramago aos quarenta anos. Mal ele sabia.

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