tuas palavras de aço
tuas palavras sempre foram de aço
temperado no miolo da fogueira
do teu corpo escorria a forja -- baço
o destino sem sol nenhum na eira.
foste dando sinais de algum cansaço
nas palavras não -- estavam sempre à beira
de se erguerem com asas de estilhaço
e varrida ficava toda a feira.
quis então o mar entrar no enredo
o mar ou quem por ele fez bruxedo
de mudar sonhos velhos em novas botas.
das palavras conservo as cicatrizes
se me perguntam digo são varizes
da minha solidão de velhas rotas.
Sonetos de Amor Ilhéu (1992)
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